sexta-feira, 27 de maio de 2016

Diáconos, Presbíteros e Pastores (Significado e Funções)

O que é um "diácono"?
A palavra "diácono" vem de uma palavra grega (diakonos) que é encontrada mais de 30 vezes no Novo Testamento. Palavras semelhantes são diakonia (ministério ou diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar). "Diácono" quer dizer "atendente" ou "servente". A mesma palavra descreve, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na posição da pessoa, mas no servo em relação ao seu trabalho.
Os diáconos, ou servos, na Bíblia incluem servos domésticos (João 2:5,9), e governantes (Romanos 13:4), mas os usos mais comuns são de servos de Cristo e da igreja. Jesus usou a palavra para descrever seus discípulos, um em relação aos outros (Mateus 23:11), e Paulo usou a mesma palavra frequentemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1 Coríntios 3:5; Efésios 6:21; etc.). Estes termos, nos usos gerais, descrevem tanto homens como mulheres (veja Lucas 10:40; Romanos 16:1). Todos os cristãos devem servir uns aos outros (1 Pedro 4:10).
A palavra "diácono" é empregada num sentido específico em 1 Timóteo 3:8, onde Paulo começa a lista de qualificações de alguns servos especiais escolhidos na igreja. É claro que ele não está falando sobre servos no sentido geral (todos os cristãos), porque as qualificações definem um grupo limitado de homens. Veja as qualificações desses servos:
"Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus" (1 Timóteo 3:8-13).
1 Timóteo 3:1-13 e Filipenses 1:1 mostram que esses servos são distintos dos bispos ou presbíteros. Eles servem sob a supervisão e direção dos presbíteros, auxiliando em diversos aspectos do trabalho da igreja. Em Atos 6:1-7, achamos um exemplo de homens escolhidos para servir na igreja, neste caso sob a supervisão dos apóstolos.
As Qualificações e Responsabilidades Bíblicas dos Diáconos
Quem deveria ser um diácono? O que a Bíblia diz que os diáconos devem fazer?
Os diáconos possuem uma função crucial na vida e saúde da igreja local, o papel bíblico dos diáconos é cuidar das necessidades físicas e logísticas da igreja.
Essa distinção é baseada no padrão encontrado em Atos 6.1-6. Os apóstolos eram devotados “à oração e ao ministério da palavra” (v. 4). Uma vez que esse era o seu chamado primário, sete homens foram escolhidos para lidar com assuntos mais práticos, de modo a dar aos apóstolos a liberdade para continuarem a sua obra.
Para que isto aconteça os diáconos servem a congregação em todas as necessidades práticas que possam surgir.
As Qualificações dos Diáconos
A única passagem que menciona as qualificações para os diáconos é 1Timóteo 3.8-13. Nessa passagem, Paulo apresenta uma lista oficial, porém não exaustiva, dos requerimentos para os diáconos.
As similaridades entre as qualificações para diáconos e presbíteros/bispos em 1Timóteo 3 são notáveis. Assim como as qualificações para os presbíteros, um diácono não pode ser dado ao vinho (v. 3), avarento (v. 3), irrepreensível (v. 2; Tt 1.6), marido de uma só mulher (v. 2), e um hábil governante de seus filhos e de sua casa (vv. 4-5). Além disso, o foco das qualificações é o caráter moral da pessoa que há de preencher o ofício: um diácono deve ser maduro e acima de reprovação. A principal diferença entre um presbítero e um diácono é uma diferença de dons e chamado, não de caráter.
Paulo identifica nove qualificações para os diáconos em 1Timóteo 3.8-12:
Respeitáveis (v. 8): Esse termo normalmente se refere a algo que é honorável, digno, estimado, nobre, e está diretamente relacionado a “irrepreensível”, que é dado como uma qualificação para os presbíteros (1 Tm 3.2).
De uma só palavra (v. 8): Aqueles que têm a língua dobre dizem uma coisa a certas pessoas, mas depois dizem algo diferente a outras, ou dizem uma coisa, mas querem dizer outra. Eles têm duas faces e são insinceros. As suas palavras não podem ser confiadas, então eles carecem de credibilidade. 
Não inclinados a muito vinho (v. 8): Um homem é desqualificado para o ofício de diácono se for viciado em vinho ou outra bebida forte. Tal pessoa carece de domínio próprio e é indisciplinada. 
Não cobiçosos de sórdida ganância (v. 8): Se uma pessoa ama o dinheiro, não está qualificado para ser um diácono, especialmente porque os diáconos com frequência lidam com questões financeiras da igreja. 
Sólidos na fé e na vida (v. 9): Paulo também indica que um diácono deve “conservar o mistério da fé com a consciência limpa”. A expressão “o mistério da fé” é simplesmente um modo de Paulo falar do evangelho (cf. 1Tm 3.16). Consequentemente, essa afirmação se refere à necessidade de os diáconos manterem-se firmes no verdadeiro evangelho, e não oscilantes. Contudo, essa qualificação não envolve apenas as crenças de alguém, pois o diácono também deve manter essas crenças “com a consciência limpa”. Isto é, o comportamento de um diácono deve ser consistente com suas crenças. 
Irrepreensíveis (v. 10): Paulo escreve que os diáconos devem ser “primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato” (v. 10). “Irrepreensíveis” é um termo genérico, que se refere ao caráter geral de uma pessoa. Embora Paulo não especifique que tipo de teste deve ser feito, no mínimo, deve-se examinar a vida pessoal, a reputação e as posições teológicas do candidato. Mais do que isso, a congregação não deveria examinar apenas a maturidade moral, espiritual e doutrinária do diácono em potencial, mas deveria também considerar o histórico de serviço da pessoa na igreja. 
Esposa piedosa (v. 11): É discutível se o versículo 11 se refere à esposa do diácono ou a uma diaconisa. No que interessa a esta discussão, vamos assumir que o versículo esteja falando das qualificações da esposa de um diácono. De acordo com Paulo, as esposas dos diáconos devem ser “respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo” (v. 11). Como o seu marido, a esposa deve ser respeitável ou honorável. Em segundo lugar, ela não deve ser maldizente, uma pessoa que espalha fofocas. A esposa de um diácono deve também ser temperante ou sóbria. Isso é, ela deve ser apta a fazer bons julgamentos e não deve estar envolvidas em coisas que possam embaraçar tal julgamento. Por fim, ela deve ser “fiel em todas as coisas” (cf. 1Tm 5.10). Esse é um requerimento genérico que funciona semelhantemente ao requerimento para que os presbíteros e diáconos sejam “irrepreensíveis” (1Tm 3.2; Tt 1.6; 1Tm 3.10). 
Marido de uma só mulher (v. 12): A melhor interpretação dessa passagem difícil consiste em entendê-la como a fidelidade do marido para com sua esposa. Ele deve ser “um homem de uma única mulher”. Isso é não deve haver qualquer outra mulher em sua vida com a qual ele se relacione em intimidade, seja emocionalmente, seja fisicamente. 
Governe bem seus filhos e a própria casa (v. 12): Um diácono deve ser o líder espiritual de sua esposa e filhos. 
De modo geral, se uma qualificação moral é listada para presbíteros, mas não para diáconos, aquela qualificação ainda se aplica a estes. O mesmo ocorre para aquelas qualificações listado para diáconos, mas não para presbíteros. Por exemplo, um diácono deve ser um homem de “uma só palavra” (v. 8). Paulo não afirma explicitamente o mesmo acerca dos presbíteros, mas não há dúvida de que tal se aplica a eles, uma vez que Paulo disse que os presbíteros devem ser “irrepreensíveis”, o que incluiria essa injunção.
Ainda assim, nós deveríamos observar as diferenças nas qualificações, uma vez que ou elas significam um traço peculiarmente adequado ao oficial para que cumpra seus deveres, ou são algo que era problemático no lugar para onde Paulo escreveu (no caso, Éfeso). Isso deve ficar mais claro à medida que passemos a considerar as responsabilidades de um diácono.
As Responsabilidades dos Diáconos
O ofício de diácono é frequentemente mal-entendido. Conforme o Novo Testamento, a função do diácono é, principalmente, ser um servo. A igreja precisa de diáconos para proverem suporte logístico e material, de modo que os pastores possam focar na Palavra de Deus e na oração.
O Novo Testamento não nos dá muita informação acerca do papel dos diáconos. Os requerimentos dados em 1Timóteo 3.8-12 focam no caráter e na vida familiar do diácono. Existem, contudo, algumas dicas quanto à função dos diáconos quando os requerimentos são comparados àqueles dos presbíteros. Embora muitas das qualificações sejam as mesmas ou muito similares, há algumas notáveis diferenças.
Talvez a função mais perceptível seja que os diáconos não precisam ser “aptos a ensinar” (1Tm 3.2). Diáconos são chamados a “conservar” a fé com uma consciência limpa, mas não são chamados a “ensinar” aquela fé (1Tm 3.9). Isso sugere que os diáconos não têm um papel de ensino oficial na igreja.
Os diáconos devem governar bem sua casa e seus filhos (1Tm 3.4, 12). Porém, ao referir-se aos diáconos, Paulo omite a seção na qual compara governar a própria casa a cuidar da igreja de Deus (1Tm 3.5). O motivo dessa omissão é, mais provavelmente, devido ao fato de que aos diáconos não é dada uma posição de liderança ou governo na igreja – essa função pertence aos presbíteros, pastores e bispos.
Embora Paulo indique que um indivíduo deva ser testado antes de poder exercer o ofício de diácono (1Tm 3.10), o requerimento de que ele não seja um neófito não está incluso. Paulo observa que, se um diácono for um recém-convertido, pode ocorrer que ele “se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.6). Uma implicação dessa diferença poderia ser que aqueles que exercem o ofício de presbítero são mais suscetíveis ao orgulho porque possuem liderança sobre a igreja. Ao contrário, não é tão provável que um diácono, o qual se acha mais em um papel de servo, caia no mesmo pecado. Finalmente, o título de “bispo” (1Tm 3.2) implica a supervisão geral do bem-estar espiritual da congregação, ao passo que o título “diácono” implica alguém que possui um ministério orientado para o serviço.
Além do que podemos vislumbrar dessas diferenças nas qualificações, a Bíblia não indica claramente a função dos diáconos. Contudo, baseado no padrão estabelecido em Atos 6, com os apóstolos e os Sete, parece melhor enxergar os diáconos como servos que fazem o que for necessário para permitir que os pastores cumpram o seu chamado divino de pastorear e ensinar a igreja. Assim como os apóstolos delegaram responsabilidades administrativas aos Sete, também os pastores devem delegar certas responsabilidades aos diáconos, de modo que os pastores possam focar os seus esforços em outras atividades. Como resultado, cada igreja local é livre para definir as tarefas dos diáconos conforme as suas necessidades particulares.
Quais são alguns deveres pelos quais os diáconos devem ser responsáveis hoje?
Eles poderiam ser responsáveis por qualquer coisa que não seja relacionada ao ensino e ao pastoreio da igreja. Tais deveres poderiam incluir:
Instalações: Os diáconos poderiam ser responsáveis por administrar a propriedade da igreja. Isso incluiria assegurar que o lugar de culto esteja preparado para a reunião de adoração, limpá-lo, ou administrar o sistema de som.
Benevolência: Semelhante ao que ocorreu em Atos 6.1-6 com a distribuição diária em favor das viúvas, os diáconos podem estar envolvidos em administrar fundos ou outras formas de assistência aos necessitados.
Finanças: Enquanto os presbíteros deveriam, provavelmente, supervisionar as questões financeiras da igreja (At 11.30), pode-se deixar apropriadamente que os diáconos lidem com as questões cotidianas. Isso incluiria coletar e contar as ofertas, manter registros, e assim por diante.
Introduções: Os diáconos poderiam ser responsáveis por distribuir boletins, acomodar a congregação nos assentos ou preparar os elementos para a comunhão.
Logística: Os diáconos deveriam estar prontos a ajudar em uma variedade de modos, de modo que os pastores possam se concentrar no ensino e no pastoreio da igreja.
Ao passo que a Bíblia encarrega os pastores e presbíteros das tarefas de ensinar e liderar a igreja, o papel dos diáconos é mais orientado ao serviço. Isso são: eles devem cuidar das preocupações físicas ou temporais da igreja. Ao lidarem com tais questões, os diáconos liberam os presbíteros e pastores para que foquem no pastoreio das necessidades espirituais da congregação.
Contudo, embora os diáconos não sejam os líderes espirituais da congregação, o seu caráter é da maior importância, motivo pelo qual deveriam ser examinados e apresentar as qualificações bíblicas arroladas em 1Timóteo 3.
Presbíteros
INTRODUÇÃO
No início da Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.
I. A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo “presbítero” (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega presbys, “pessoa mais velha”. Como substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, “presbítero” é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).
A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.
As qualificações. Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.

II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
Significado do termo. “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de “presbitério” (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).
A atuação do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém” (At 16.4).
A valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.
III. OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.
Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível “para servir” e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.
Ungir os enfermos. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.
Os presbíteros, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.
O que significa ser pastor?
Desde os tempos do Antigo Testamento os líderes do povo de Deus (reis, sacerdotes, profetas) já eram chamados de pastores (ver exemplo em Jer. 23:1-4) porque tinham a função de guiar, conduzir o povo pelos caminhos estabelecidos por Deus. No Novo Testamento encontramos três designações para a mesma pessoa que é responsável pela condução da igreja, do povo de Deus. Em Atos 20:17,28, encontramos o apóstolo Paulo reunido com os anciãos da igreja de Éfeso (v.17), aos quais chama também de bispos e declara que foram constituídos para exercerem a tarefa de pastoreio. Neste texto fica estabelecido que na igreja primitiva o que pastoreava era também o bispo que supervisionava e, ainda, o ancião (ou presbítero) que ensinava, aconselhava exortava.
Daí por diante, vamos encontrar o apóstolo Paulo sempre se referindo aos incumbidos de dirigirem as igrejas de Cristo, como pastores, ou presbíteros, ou bispos (ver  Ef. 4:11; Heb. 13:7,17 e Tito 1:5,7) e nunca se referindo a eles como pessoas diferentes em cargos diferentes. O que precisamos entender é que o líder da igreja, na realidade, desempenha três funções essenciais para a condução do povo de Deus.
1. Pastor. Em Efésios 4:11 o apóstolo Paulo usou a expressão gregapoiménas  que significa  literalmente pastores. Em Hebreus 13:7,17, a expressão usada é uma derivação de eiguéomai que significa chefe, condutor, que exerce governo. Para entendermos bem a função de pastoreio, podemos ler as explicações de Jesus encontradas em João 10:1-11. O Pastor é quem tira as ovelhas para fora do curral (v. 3 e 4); é quem vai adiante delas indicando-lhes o caminho; é quem chama pelas ovelhas dizendo-lhes do perigo (v.4); é quem deve estar alerta contra os animais ferozes que rodeiam o rebanho (v. 11 e 12).
Para que um pastor possa desempenhar bem a sua função, são requeridas na Bíblia algumas atitudes das ovelhas para com ele:
a) Precisa ser seguido (Heb. 13:7). Não se pode imaginar um pastor que esteja sendo conduzido pelo rebanho, que deixe que o rebanho o conduza. Infelizmente alguns crentes em muitas ocasiões não se conformam em serem ovelhas e passam a querer conduzir o pastor, passam a querer governar o pastor, dizendo-lhe o que deve fazer e por onde deve andar. Não é por acaso que o povo de Deus é comparado a um rebanho de ovelhas e não é também por  acaso que pastores foram constituídos para estarem adiante do rebanho. Ovelhas precisam seguir por caminhos bíblicos, seguros, e é o pastor quem deve conduzi-las.
b) Precisa ser obedecido (Heb. 13:17), porque são os pastores  que velam pela vida espiritual  dos  que compõem a igreja. Existem igrejas onde os encarregados de velarem pela vida espiritual são componentes de uma comissão, ou são os diáconos, ou são outras pessoas quaisquer. Mas esta função é atribuída na Bíblia somente aos pastores, porque são eles que darão contas das almas das ovelhas. Muitas pessoas querem ter o privilégio de conduzir, de ditar normas nas igrejas, mas somente o pastor é quem dará contas do rebanho a Deus. Por isso mesmo ele  deve ter cuidado na condução do rebanho, sabendo que este não lhe pertence e que deve ser conduzido segundo os padrões pré-estabelecidos pelo Senhor das ovelhas, que são encontrados nas Escrituras.
Os pastores devem também ser obedecidos para que a igreja desfrute de uma condução alegre e agradável para ela própria. Quando os pastores gemem debaixo da pesada carga da desobediência das ovelhas, as igrejas também sofrem.
2. Bispo. A expressão grega traduzida por bispo é episkopoi, que significa superintendente, supervisor. Retornando a Atos 20:28, lemos que o pastor é constituído bispo da igreja pelo próprio Espírito Santo. Um pastor que tenha convicção da sua vocação, do seu ministério, não tem coragem de passar o episcopado à outra  pessoa por sua  própria  vontade. Ele precisa assumir esta função por mais pesada que lhe pareça, por mais árdua e ingrata que seja. 
Pelo desejo de poder, há pessoas que desejam se tornar superintendentes das igrejas de Cristo, mas talvez não percebam o grave erro em que estão incorrendo, porque é o que desejam por suas próprias vontades, quando é necessário que sejam vocacionadas pelo Espírito Santo para tal obra.
Em algumas igrejas a função de supervisão, de superintendência, é atribuída a um grupo de irmãos e em outras a uma só pessoa, mesmo não sendo o pastor. No entanto, diante do Espírito de Deus, quem dará contas dessa função é o pastor da igreja. Há muitos crentes, há diversos dons do Espírito Santo distribuídos aos crentes nas igrejas de Cristo, mas a supervisão de todos cabe sempre ao que recebeu o dom de pastorear o rebanho.
3. Ancião. No grego presbyteroi, daí também usar-se a expressão transliterada presbítero. Significa o que tem sabedoria, o que tem capacidade para ensinar, conselheiro. São uma função herdada do Antigo Testamento, do povo hebreu, que tinha seus anciãos, seus conselheiros. Por isso, escrevendo a Timóteo, dando instruções a respeito do estabelecimento de bispos sobre as igrejas, o apóstolo Paulo disse que devem ser aptos para ensinar (1Tm 3:2).
Esta é uma função do pastor. Ele pode delegar poderes a alguém para ensinar à igreja que conduz, para auxiliá-lo em seu ministério, mas deve fazê-lo conscientemente, conhecendo a firmeza doutrinária  daquele  a  quem  está delegando a tarefa, porque o pastor, ao delegar poderes para o ensino, não se exime da responsabilidade do ensino. É ele quem dará contas a Deus do rebanho que conduz e que pertence ao próprio Senhor.
Podemos dizer que:
a) Se um crente se deixar conduzir por outro crente qualquer, estará se expondo a ser conduzido por quem não tem responsabilidade estabelecida pelo dono do rebanho e que, portanto, pode conduzir o crente de qualquer maneira.
b) Não existe nada pior para uma igreja do que a desobediência a pastores que procuram conduzir o rebanho dentro dos princípios estabelecidos por Cristo. Isto faz com que uma igreja se arraste com muitos problemas e crie sofrimentos terríveis para o seu líder, que indubitavelmente irá refletir todo o seu sofrimento sobre o rebanho.
c) Existem pessoas que desejam estabelecer caminhos próprios para que os pastores conduzam a igreja. Deve lembrar-se que a igreja é de Cristo, que Ele deixou diretrizes a serem observadas e que constituiu os pastores para que conduzam suas ovelhas através dessas diretrizes.
d) Ninguém deve culpar o pastor por querer conduzir a igreja dentro dos princípios bíblicos. Deve, antes, aceitar os ensinos e procurar mudar seu coração se porventura pensar de maneira diferente dos padrões estabelecidos no Novo Testamento.
e) A igreja deve estar sempre orando pelo seu pastor, para que Deus o capacite a conhecer cada vez melhor o caminho bíblico e para que Deus lhe dê sabedoria.
f) Se alguém auxilia o pastor na tarefa de ensinar, compenetre-se de que está cumprindo uma função que é pastoral, porque o pastor de sua igreja lhe delegou poderes para isto. Assim ele será mais fiel a um compromisso muito sério com Deus.
A DIFERENÇA ENTRE GESTOR E PASTOR
Gestor cuida de coisas, pastor cuida de ovelhas.
Gestor visita obras, pastor visita ovelhas.
Gestor administra os negócios, pastor alimenta as ovelhas.
Gestor comanda de sua mesa, pastor se envolve com as ovelhas.
Gestor cheira a gabinete, pastor cheira a ovelha;
Gestor manda nos comandados, pastor serve as ovelhas.
Gestor possui seguranças, pastor protege as ovelhas.
Gestor consulta o número do cadastro, pastor conhece as ovelhas pelo nome.
Gestor espera o resultado, pastor vai em busca da ovelha e a carrega nos ombros
Gestor pune, pastor corrige as ovelhas.
Gestor demite, pastor restaura as ovelhas.
Gestor da treinamento para os liderados, pastor guia as ovelhas.
Gestor tem metas, pastor tem propósitos.
Gestor busca o topo, pastor caminha nos vales.
Gestor usa apenas a técnica acadêmica, pastor usa a experiência dos desertos e dos vales.
Gestor é formado, pastor é chamado.
Gestor assina papéis, pastor cumpre o seu papel.
Gestor gasta tempo e recursos com a manutenção do posto, pastor investe na oração.
Gestor constrói prédios, pastor edifica vidas.
Gestor paga contas, pastor paga o preço.
Gestor é temido, pastor é amado.
Gestor possui igreja, pastor é dado a igreja.
Gestor é chefe, pastor é amigo.
Gestor é bajulado, pastor é honrado.
Gestor passa, pastor fica na memória.
Gestor vive regaladamente, pastor dá a vida pelas ovelhas.


15 comentários:

  1. Ola! Paz do Senhor!
    Eu já vi vários estudos sobre obreiros, esse esta completo e bem explicado.

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  2. A Paz do Senhor!
    Muito bom o estudo, que Deus continue lhe capacitando a cada dia para estar instruindo o Povo Dele.

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  3. Boa tarde .paz do senhor quero entender melhor um diácono pode ser chamado para pastor

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  4. Diacono nunca foi cargo.para mulher atos 6 e gebe nao foi diaconiza e sim coperadora como.prisila e aquila

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  5. Febe era cooperadora como prisila diaconato nunca foi cargo para mulheres por isto está uma bagunça o evangelho é pastora bispa apostola vamos deixar de fazer media com as mulheres

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  6. gostei muito do ensino quero poder apreder mais com vc

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  7. Devo adminitir que o texto foi muito bem escrito por alguem que tem um bom conhecimento das Sagradas Escrituras ok.
    Me permita uma pergunta e tambem um desafio ???
    Paulo com certeza foi um dos grandes baluartes em diceminar o evangelho além das fronteiras de Israel correto !!!!
    Pergunto de todas as igrejas que ele passou e tamvem fundou quantos pastores ele deixou tomando conta ???
    Porque no livro de Filemon cap. 1 v. 23 ela fala em "...meus cooperadoes..".
    Outra quantos pastores voce pode me apontar no velho testamento ???
    Resp. Nenhum eram todos profetas ok.
    No velho testamento podemos identificar 4 passagem que fala dos "pastores".
    Izaias cap 56 v. 9 ao 16.
    Ezequiel cap. 34 v. 1 ao 10
    Jeremias cap. 25 v. 30 ao 35
    E o pior de todos Zacarias cap. 11 v. 16 ao 18.
    Onde todos eles foram devidamente AMALDIÇOADOS.
    O Reia mais rico, sábio e poderoso - Salomão - que já pisou na face da terra COLOCA UMA PÁ DE CAL no assunto em Eclesiaste cap 12 v. 11 quanto diz " que nos foram dadas pelo unico Pastor".
    Pergunta: quantos pastor o Senhor Jesus feixou aqui na terra ????
    Ou deixou apenas os 12 Apostolos e depous Paulo ???
    Quando cita deu uns para " pastor" ele esta falando de Dons ou ministério ???
    O Rei Davi falou claramente no Salmo 23 v.1 " O Senhor é o meu ....".
    Pergunta Qual é a igreja do Senhor Jedus aqui na terra ???
    Resp. Aquela que cumpre os meus mandamentos ok.
    Na igreja do Senhor Jesus tem quantos Pastor ????
    Espero que todos os leitores e apreciadores da Palavra da VIDA ETERNA compreendam que o Pastor Verdadeiro é aquele que edta em Joao cap. 10 v.11 " o Pastor verdadeiro é aquele que dá vida pelas suas ovelhas".
    Finalizando na vossas opinioes voces crêem firmemente que o nosso Senhor resssuscitou no terceiro dia ???
    Deus abençoe a todos que procuram a VERDADEIRA LUZ porque esta escrito "Quem entrar por outra porta é....."
    Esclarecimento

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  8. Desculpem os nossos equívocos ortográficos mas aqui nos EUA na california sao 5 hs da madrugada e acordei para buscar a fase de Deus em oraçao sabendo que a CHAVE DE DAVI:

    Col. Cap. 3 v. 17
    Joao cap. 14 v. 6
    Deus por 35 anos não recebeu as minhas oraçoes porque temos guiados pelo ESPIRITO SANTO DE DEUS dizer " Me ajoelho em nome do Senhor Jesus".

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  9. Alguém pode me esclarecer a DIFERENÇA do batismo de Joao (Lucas cap.3 v. 16) e do batismo do Sr. Jesus em atos cap. 2 v. 37

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  10. Qual é a real diferença em obreiros e diáconos??🤷

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  11. Gostaria de fazer a preparação para presbítero.

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  12. Bom dia gostaria de fazer o curso preparatorio, para presbítero.

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