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A) INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE
Neste trimestre, estudaremos o primeiro dos livros do grupo denominado de
"Profetas Menores", no Antigo Testamento, a saber, o livro do
profeta Oséias. Aliás, na Bíblia judaica, todos os profetas menores se
encontram reunidos em apenas um livro, denominado na versão grega (a
Septuaginta) de "Dodecapropheton", ou seja, doze profetas.
Oséias é colocado em primeiro lugar na ordem destes livros pois foi
considerado como sendo o mais antigo dos chamados "profetas
canônicos", i.e., dos profetas que deixaram escritos inspirados,
idéia, entretanto, que tem sido contestada pelos estudiosos da Bíblia, que
entendem que Jonas e Amós lhe foram anteriores.
Oséias, ao lado de Jonas, é dos únicos profetas canônicos que são
considerados como oriundos do reino do norte, o reino de Israel, formado
pelas dez tribos que se separaram do governo da família de Davi após a
morte de Salomão(I Rs.12:1-25).
As dez tribos que se separaram foram: Ruben, Simeão, Issacar, Naftali,
Efraim, Manassés, Gade, Dã, Aser e Zebulom.
O ministério de Oséias foi um dos mais longos registrados na Bíblia
Sagrada, pois se desenvolveu durante o reinado de Jeroboão II, o terceiro
rei da dinastia inaugurada por Jeú(II Rs.9),
cujo reinado durou quarenta e umanos(II Rs.14:23)
e até os dias de Ezequias, rei de Judá, que começou a reinar trinta e cinco
anos e sete meses depois da morte de Jeroboão II (cfr. II Rs.15:8,13,17,23,27,30 e18:1), ou seja, a
duração de seu ministério está entre trinta e cinco anos e sete meses até
setenta e seis anos e sete meses.
A mensagem de Oséias é contundente e denunciadora do desvio espiritual
existente no reino de Israel (o reino do norte) e a iminente destruição
deste país, caso não houvesse arrependimento. Assim, ao mesmo tempo em que
se denuncia o pecado do povo, Deus, através de Seu profeta, demonstra o
propósito de restaurar Israel.
Lamentavelmente, as dez tribos não se arrependeram e a Assíria acabou por
destruir, para sempre, o reino do norte no sexto ano do reinado de
Ezequias, rei de Judá (cfr. II Rs.17).
"...Oséias, porém, não é só um acusador, mas também anuncia o amor
fiel e misericordiosos de Deus para com Seu povo, se este se converte e
volta a conhecê-lO. Para o profeta, o conhecimento de Deus não é uma
atitude intelectual, mas uma adesão amorosa, através de uma prática que
corresponda ao projeto de Deus, elaborado no deserto por ocasião do
êxodo..." (Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, p.1166).
"...Os seus temas (do livro de Oséias, observação nossa) são: o pecado
da nação de Israel, a necessidade de arrependimento, a condenação iminente,
a derrubada da casa reinante de Jeú, a ameaça assíria, a necessidade de
Israel abandonar a idolatria e, finalmente, o amor de Deus, este ilustrado
por sua própria tragédia doméstica. Mui tolamente, Israel demonstrava
confiança na Assíria, o gigante do norte, como se fosse um protetor de
Israel. Mas Oséias deixou claramente previsto que a Assíria, longe de ser o
salvador de Israel, acabaria por ser seu destruidor. Ver Osé. 5:13; 7:11;8:9; 12:1 e14:3. Oséias condenava o
emprego da política como remédio para os problemas espirituais da nação. As
alianças com potências estrangeiras sós serviam para aumentar ainda mais os
problemas de Israel. Contudo, uma arrependida e piedosa nação de Israel
seria protegida por Deus. Infelizmente, as esperanças de Oséias não se
concretizaram !... " (R.N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia, Teologia
e Filosofia, v.4, p.636-7).
"...Poder-se-ia mesmo dizer que o livro de Oséias é uma 'história de amor
que não terminou bem.' Porém, nessa tragédia doméstica, ele se encontrou
com Deus...O grande sofrimento de Oséias nos proporcionou esse maravilhoso
poema do amor de Deus por Israel..." (J.D. DOUGLAS(org). O Novo Dicionário da Bíblia, edição em um volume,
p.1157).
ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA OSÉIAS (apud J.D. DOUGLAS (org.). O Novo
Dicionário da Bíblia, edição em um só volume, p.1157):
a) O casamento do profeta retrata as relações de Israel com seu Deus (1:1-3:5)
b) Oséias denuncia a corrupção, o orgulho e a idolatria de Israel (4:1-8:14)
c) A certeza do julgamento (9:1-10:15)
d) Parêntesis. O triunfo do amor e da misericórdia de Deus (11:1-11)
e) A infidelidade e a rebelião de Israel resultarão em julgamento e
destruição(11:12-13:16)
f) A misericórdia de Deus para com um povo arrependido (14:1-9)
INTRODUÇÃO
- O ministério do profeta Oséias se desenvolveu em meio a um ambiente
social totalmente hostil, marcado pela corrupção, pela idolatria e pela
violência. Esta é a mesma situação da Igreja nos dias atuais, marcados pelo
mesmo estado de coisas, talvez até potencializado pelo desenvolvimento
tecnológico de nossos tempos.
OBS: "...Se a Torah - os cinco Livros de Moisés - pode ser tida
como o símbolo do intelecto da religião judaica, então as obras dos Profetas
podem ser consideradas seu coração. Não se encontram, em todas as
literaturas sagradas da Humanidade, documentos em que melhor se expressem
tão elevados sentimentos e aspiraçòes a uma sociedade liberta da guerra, da
fome e da opressão....Os autores dos documentos Proféticos foram, de certa
maneira, desbravadores do espírito; abriram caminhos de luz na escuridão da
selva social da Antiguidade...Não pode haver genuína compreensão dos
Profetas sem um exame prévio, por mais limitado que seja, dos problemas sociais,
políticos, econômicos e religiosos com que se defrontava a sociedade
israelita da época...Os profetas canônicos colocavam-se em oposição
desafiadora aos governantes e aos membros corruptos do governo, bem como
aos seus dóceis instrumentos que eram os sacerdotes e os profetas oficiais.
Acreditavam ter recebido o mandato profético diretamente de Deus. Lançavam
o monoteísmo ético de Moisés contra o idólatra e formalístico culto do
Templo..." (JUDAICA, v.5, p.88-93)
- A pregação da Palavra de Deus envolve um conteúdo de denúncia contra o
pecado, de contrariedade ao mundo que jaz no maligno -Jo.15:18-25; Ef.2:1-3: I Co.1:18-31.
OBS: "...A verdadeira voz profética é denunciativa. A igreja
precisa aceitar sua responsabilidade de ensinar a verdade da Palavra de
Deus em todas as circunstâncias. Todos os seguidores fiéis de Jesus
precisam da mesma convicção que Paulo encorajou em Timóteo, quando escreveu
"Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige,
repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina"( 2 Timóteo 4:2). A
igreja que evita alguns aspectos da palavra de Deus porque poderiam ser
impopulares ou difíceis das pessoas aceitarem não está cumprindo sua
missão..." (Revista Escola Bíblica Dominical. Editora Betel. Lição 11
- A verdadeira voz profética da Igreja. 1º trimestre de 2002.
www.beteldominical.com.br/Revista%20NE/lição%2011.htm).
I. A VISÃO PANORÂMICA DA HISTÓRIA DE ISRAEL
- A História de Israel se divide, basicamente, em quatro períodos, a saber:
a) Período patriarcal - Período da formação do povo de Israel, novo nome
dado a Jacó, que herdara a promessa de Abraão e de Isaque. Após a subida de
José ao cargo de governador do Egito, Israel e sua família, então composta
de 70 almas (cfr.Ex.1:1-5),
foi para o Egito, onde se multiplicou grandemente. Tendo sido escravizados,
foram ali libertos por Deus através de Moisés(cfr.Ex.3:10), que lhes
concedeu a lei (cfr. Jo.1:17),
tendo sido sucedido por Josué(cfr.Js.1:1-9).
b) Período teocrático - Após a morte de Josué, não foi estabelecida
qualquer liderança nacional em Israel, guiando-se cada tribo por si mesma,
tendo apenas uma identidade religiosa. Quando, porém, havia o aparecimento
de uma situação de submissão a algum povo estrangeiro, Deus levantava um
libertador, denominado de "juiz", que afirmava sua liderança até
sua morte (cfr.Jz.2:7-23).
c) Reino Unido -O governo dos juízes (na verdade, o governo direto de Deus
sobre Israel, denominado de "teocracia") se extinguiu com Samuel,
o último juiz. A pedido do povo, Samuel instituiu a monarquia, ungindo Saul
rei de Israel(cfr. I Sm.10).
Começa o período do Reino Unido, em que as doze tribos foram governados por
um só rei. Foram reis sobre as doze tribos de Israel: Saul, Davi e Salomão
(após a morte de Saul, houve, durante algum tempo, dois reis: Davi, que
reinava apenas sobre a tribo de Judá e Isbosete, filho de Saul, sobre as
demais tribos).
d) Reinos Divididos - Após a morte de Salomão, diante da inabilidade de
Roboão, o reino de Israel sedividiu(I Rs.12):
dez tribos seguiram a Jeroboão I, formando o reino do norte, que se chamou
Israel, enquanto que as tribos de Judá e Benjamim se mantiveram fiéis a
Roboão e à dinastia de Davi, formando o reino do sul, que se chamou Judá.
Jeroboão I, com receio de que as dez tribos retornassem ao domínio da
dinastia de Davi por causa da religião, instituiu dois bezerros de ouro, em
Betel e em Dã, para que as dez tribos não fossem adorar em Jerusalém,
capital do reino de Judá. Por causa disto, a tribo de Levi se voltou para o
reino do sul, passando a se submeter à dinastia de Davi(II Cr.11:13-16).
e) O Reino do Norte - O reino do norte, Israel, nunca teve estabilidade
política, tendo havido uma sucessão de reis, todos mantendo a idolatria e o
culto dos bezerros de ouro, chamado pela Bíblia de "pecado de
Jeroboão, filho de Nebate". Eis as dinastias do reino do norte:
Dinastia de Jeroboão - reis: Jeroboão I, Nadabe.
Dinastia de Baasa - reis: Baasa, Elá
Dinastia de Zinri*: Zinri
Dinastia de Onri- reis: Onri, Acabe, Acazias, Jorão.
Dinastia de Jeú - reis: Jeú, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II, Zacarias
Dinastia de Salum**: Salum
Dinastia de Menaém - reis: Menaém, Pecaías
Dinastia de Peca: Peca
Dinastia de Oséias: Oséias***, quando o reino foi destruído pelos assírios.
* - servo de Elá que o matou e reinou apenas sete dias.
**- servo de Zacarias que o matou e reinou apenas um mês
*** - não confundir este rei com o profeta cujo livro estamos estudando
f) O Reino do Sul - O reino do sul, Judá, esteve sempre nas mãos da
dinastia de Davi, como parte até da promessa messiânica dada por Deus a
Davi (cfr. II Sm.7:16),
salvo um curto período em que o reino foi exercido por Atalia, filha de
Acabe, que se casara com Jorão, que havia matado todos os descendentes de
Davi, com exceção de Joás, que fora poupado e acabou sendo entronizado numa
conspiração contra a usurpadora(cfr. II Rs.11).
Reis de Judá: Roboão, Abião, Asa, Jeosafá, Jeorão, Atalia, Joás, Amazias,
Azarias(ou Uzias), Jotão, Acaz, Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeoacaz,
Jeioaquim, Joaquim, Zedequias, quando o povo foi levado cativo para a
Babilônia. Ainda governou sobre a parte que ficou na terra de Judá,
Gedalias, que foi morto, tendo havido a emigração do remanescente para o
Egito.
- Como se percebe, o profeta Oséias profetizou precisamente nos momentos de
angústia do reino do Norte, quando havia uma desordem política e religiosa
que acabou levando Israel a titubear entre as duas potências da época,
Egito e Assíria, acabando por ser destruído pelos assírios. Motivo da
destruição ? O abandono do culto ao verdadeiro Deus.
OBS: "...Oséias descreve as condições sociais características
de seu tempo: líderes corruptos, vida familiar instável, imoralidade
generalizada, ódio entre classes e pobreza. Embora as pessoas continuassem
uma forma de adoração, a idolatria era mais e mais aceita, e os sacerdotes
estavam falhando na tarefa de guiar o povo nos caminhos da justiça. Apesar
das trevas desse tempo, Oséias oferece esperança para inspirar seu povo a
voltar-se novamente para Deus..." (Bíblia de Estudo Plenitude, p.852)
- A história de Israel nos mostra, claramente, que a prosperidade do povo
de Deus não vem da geopolítica, das relações internacionais, nem da pujança
econômica, mas tão somente da vida espiritual do povo. Quando o povo se
encontrava em comunhão com Deus, havia momentos de glória e de progresso.
Quando, pelo contrário, não se tinha fidelidade ao Senhor, o país sofria
uma derrocada em todos os sentidos: moral, econômico, político, social.
II. O CATIVEIRO
- Por causa da idolatria, o reino do Norte foi levado cativo (cfr. IIRs.17:7-23), mas o
cativeiro lhes trouxe a destruição, pois foram substituídos por um povo que
se misturou com as práticas idolátricas, gerando um novo povo, os
samaritanos (cfr. II Rs.17:24-41),
que passariam a ser inimigos dos judeus (cfr.Jo.4:9).
- Já o reino do Sul foi levado cativo (cfr. IICr.36:14-21), mas, no
cativeiro, manteve sua identidade e Deus acabou lhe restaurando, inclusive
curando-o da idolatria. Dali por diante, nunca mais os judeus seriam
idólatras(II Cr.36:22,23; Ed.3;Ne.9)
- O cativeiro, então, para os judeus, serviu de remédio para a idolatria;
já para as dez tribos do norte, foram a causa de sua destruição. Qual o
motivo ? A separação mantida pelos judeus (as tribos do sul) fez com que
houvesse a preservação da nação, enquanto que a mistura com os demais
povos, por parte das tribos do norte, importou em destruição. Não é sem
motivo, portanto, que se disse que "sem a santificação, ninguém verá
oSenhor"(Hb.12:14).
Por isso, bem consideremos a advertência seríssima de Ap.22:11 !
OBS: Este texto referente aos judeus deve ser também aplicável à
Igreja, o Israel de Deus (cfr.Gl.6:16)
: "...Em meio às múltiplas razões que poderiam explicar a ojeriza de
muitos não-judeus pelos judeus, há uma especial que não deve ser
subestimada: a xenofobia. A palavra, conforme é usada pela psiquiatria,
denota um medo irracional de estranhos. A explicação para esse temor não é
difícil de ser encontrada. Falando historicamente, nenhum grupo religioso
se apresenta tão estranho ou perturbadoramente diferente quanto os judeus
aos olhos das pessoas simplórias, mal informadas e eivadas de preconceitos.
O fato histórico é que, embora vivessem com uma minoria pequena, perseguida,
no seio dos outros povos durante a sua longa dispersão (que se iniciou em
70 E.C.), os judeus levavam, mais ou menos, uma existência
separatista...Sua posição específica - de grupo não conformista que ficava
à margem da estrutura geral, social e cultural - apunha-lhes, naturalmente,
a marca de um povo 'esquisito', 'rejeitador', e 'soberbo' e,
concomitantemente, provocada muitas vezes em seus inimigos a conclusão de
que também eram 'estrangeiros' e 'inassimiláveis'...A nova conceituação
tornava claro que a religião judaica se havia originado numa sociedade
considerada teocrática ou governada por Deus, onde cada aspecto da
existência humana - econômico, social, intelectual, físico ou espiritual -
estava estritamente subordinado aos mandamentos, às leis, aos regulamentos
e às tradições da Torah. Os devotos judeus eram, talvez, diferentes de
outros tipos de devotos na medida e intensidade de sua identidade religiosa
de grupo: essa identidade era dupla, simultaneamente de religião e de povo
- concepções complementares baseadas na aliança absoluta que a Bíblia dizia
haver sido estabelecida entre Deus e Israel, no monte Sinai, na Era de
Moisés. Naquela ocasião, ao aceitar a Torah, os judeus haviam-se dedicado
solenemente a servir seu Deus como 'uma nação de sacerdotes' para todo o
sempre. Assim - para melhor preservar a identidade religiosa, a coesão de
grupo, e a 'pureza' quase sacerdotal - os judeus mantinham-se
separados..." (JUDAICA, v.6, Separatismo judeu, p.762-3).
III. O PAPEL DOS PROFETAS
- Erroneamente, confunde-se a figura do "profeta" com a do que
conhece o futuro. Embora o profeta possa dizer o futuro, o fato é que a
palavra significa "porta-voz". É por isso que o profeta é, antes
de tudo, um mensageiro, aquele que traz a mensagem de Deus.
OBS: " ...Pela sua coragem de questionar a situação presente e
vislumbrar um futuro diferente para o seu povo, os profetas sempre
exerceram atração fascinante. Muitos chegam a confundir profeta com
adivinhador do futuro. Outros chegam a pensar que eles ensinavam coisas
absolutamente novas. O verdadeiro profeta, no entanto, é aquele que
preserva a tradição autêntica do seu povo, perdida ou deformada em meio a
tantas 'tradições' criadas para defender interesses, legitimar poderes e
sustentar sistemas. O núcleo central da tradição autêntica é a fé exodal,
ou seja, o reencontro com o verdadeiro Deus revelado a Moisés...Portanto,
profeta é aquele que se inspira na ação libertadora do Deus do êxodo e, a
parti daí, analisa a situação presente e mostra o projeto de Deus para o
futuro do seu povo..."( Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, p.946).
- O primeiro profeta nacional de Israel foi Moisés, que foi o portador da
vontade divina, especialmente ao transmitir a lei. Ele é o profeta modelo
(cfr.Dt.18:15; 34:10-12).
OBS: "...A primeira pessoa a quem a Bíblia chama de
profeta...foi Abraão(Gn.20:7;
Sl.105:9-15), mas a
profecia do Antigo Testamento recebeu sua forma normativa na vida e na
pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos
os profetas futuros...Cada característica que caracteriza o verdadeiro
profeta de Yahweh, na tradição clássica da profecia vetero-testamentária,
foi pela primeira vez encontrada em Moisés. Ele recebeu uma chamada
específica e pessoal da parte de Deus...O objetivo e o efeito primário da
chamada era uma introdução à presença de Deus...O profeta aparecida perante
os homens na qualidade de um homem que se apresentara perante Deus ( I Rs.17:1; 18:15)...a consciência
profética da história teve origem em Moisés...A história se tornou numa
revelação porque havia, em adição à situação histórica, um homem preparado
de antemão para afirmar o que essa situação significava...Semelhantemente,
deviam a ele (Moisés, observação nossa) sua preocupação ética e
social...Muitos dos profetas forma encontrados a confrontar seus reis e a
desempenhar um papel ativo, próprio de estadista, nos negócios
nacionais...Também encontramos em Moisés aquela combinação de proclamação e
predição que pode ser percebida em todos os profetas...duas outras características,
próprias dos profetas que sucederam a Moisés se encontraram nele também.
Muitos dos profetas usaram símbolos na entrega de sua mensagem...E,
finalmente, o aspecto intercessório da tarefa profética também foi exibido
por ele (Moisés, observação nossa)..."(J.D. DOUGLAS (org.). O Novo
Dicionário da Bíblia, edição em um só volume, p.1318).
- O último profeta da dispensação da lei foi João Batista (Lc.16:16). A partir de
então, o próprio Deus Se revelou através de Jesus, que é profeta (cfr.Jo.4:19; Lc.7:16;24:19).
OBS: "...As profecias no Velho Testamento revelaram, com muitos
séculos de antecedência, que Jesus, o Redentor prometido, seria o Ungido de
Deus,Sl.2.2, 45.7,89.20; Is.61.1; Dn.9.25,26 e que ele
ocuparia os ministérios de profeta,Dt.18.15,
de sacerdote... e de Rei....Jesus chamou-se a si mesmo 'Profeta',Mt.13.57, 23.37;Lc.13.33. Muitos outros
também o chamaram assim,Mt.21.11;
Mc.6.15;8.28; Lc.7.16;24.19; Jo.4.19;9.17. Como profeta,
Jesus transmitiu ao povo a mensagem de Deus....E o exercício do ministério
profético de Jesus refere-se principalmente ao período que vai do começo de
Seu ministério público até o Gólgota. Entretanto, ainda no céu, Ele
continua como profeta, porque o testemunho de Jesus é o espírito de
profecia,Ap.19.10. Ele
continua falando por meio da Sua igreja, que é o Seu corpo,Ef.1.22,23, e através
dos dons do Espírito Santo, 1 Co.12.7-11,
e dos ministérios dados por Ele, Ef.4.11,12
e pela Sua santa Palavra...."( Eurico BÉRGSTEN. Teologia sistemática:
bibliologia, doutrina de Deus e doutrina de Cristo, p.74-6).
- Atualmente, o ministério profético é exercido pela Igreja, que é o corpo
de Cristo, que nada mais é que a exposição da Palavra de Deus, que tudo
discerne, até o mais profundo do homem (cfr.Hb.4:12,13).
- Não confundamos o ministério profético da Igreja (cfr. Ef.4:11), com o dom
espiritual de profecia (cfr. I Co.14:1-25),
que é uma expressão direta do poder de Deus para edificação, consolação e
exortação para a igreja.
- A Igreja tem um encargo profético, pois a ela cabe anunciar o Evangelho,
a ela cabe dar conhecimento da vontade de Deus aos homens, que outra não é
senão que seja toda a humanidade salva e que chegue ao pleno conhecimento
da verdade (cfr. I Tm.2:4).
- Nesta circunstância, a Igreja não se encontra num ambiente diferente do
vivido por Oséias, porque também há uma instabilidade política e religiosa
no mundo, que se prepara para servir ao filho da perdição, ao Anticristo,
cujo espírito já está operando entre nós -Mt.24:4-14; ITm.4:1-5; II Tm.3:1-9; IJo.2:15-29.
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