Teorias da Inspiração
Bíblica
Como a Bíblia pode
ser infalível se ela foi escrita por humanos falíveis?
O fato de a Bíblia
ter sido escrita por seres humanos falíveis, não faz dela um Livro defeituoso.
Afinal de contas, mesmos seres humanos imperfeitos podem fazer coisas perfeitas
algumas vezes, e em especial se forem supervisionados por Alguém que é infalível.
Os cristãos não
afirmam que os homens que escreveram os livros da Bíblia estavam sempre certos
em tudo que disseram ou fizeram. Nós simplesmente acreditamos que a Bíblia está
certa quando ela afirma que Deus guiou estes homens em sua tarefa de escrever
as Escrituras de modo que o resultado é um livro infalível. O apóstolo Pedro
certamente disse muitas coisas erradas durante sua vida, mas Deus não permitiu
que ele cometesse nenhum erro quando lhe coube à tarefa de escrever suas duas
epístolas. Paulo, inspirado por Deus, ao escrever sua segunda epístola a
Timóteo, afirmou classicamente que a Bíblia foi produzida por Deus e não por
homens: “Toda Escritura é inspirada por Deus, e é útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a educação na justiça” (2Tm 3:16) Podemos
definir a inspiração como sendo a supervisão divina sobre os autores humanos de
modo que, usando suas personalidades individuais, eles compuseram e registraram
sem erro a revelação de Deus ao homem nas palavras dos autógrafos originais
(Charles Ryrie).
Nós não sabemos
exatamente como Deus trabalhou para cumprir o seu propósito de nos prover com
uma Bíblia totalmente apurada. Mas o apóstolo Pedro nos fornece algum
esclarecimento: “Nenhuma profecia jamais foi dada por vontade humana, mas
homens santos, movidos pelo Espírito Santo, falaram de Deus” (2Pe :21).
Quanto à inspiração
da Bíblia, há várias teorias falsas, que não podemos simplesmente ignorar,
porque se não as identificarmos, poderemos até ser influenciados por elas em
alguns comentários que lemos. Umas são muito antigas, outras bem recentes, e
ainda outras ainda estão surgindo. Em algumas dessas teorias, a verdade vem
junto com a mentira, de maneira que muitos descuidados se deixam enganar.
Será que Deus
encontrou homens excepcionais, dotados de visão espiritual e dons naturais para
garantirem que a Bíblia fosse uma obra perfeita? ...
Ou será que a mente
do escritor ficou vazia de suas próprias ideias, enquanto Deus transferia
misticamente todo o conteúdo do que deveriam escrever?
Será que ditou cada
palavra tal como está escrito na Bíblia?...
Ou será que houve uma
parceria intelectual e acadêmica de cada escritor?
Vejamos, então, as
principais teorias da Inspiração Bíblica.
1. TEORIA DA
INSPIRAÇÃO NATURAL –
Procura explicar a inspiração como sendo um discernimento superior das verdades
morais e religiosas por parte do homem natural. Assim como tem havido,
intelectuais, filósofos, artistas, músicos e poetas excepcionais, que
produziram obras de arte e de escrita que nunca foram superadas, também em
relação às Escrituras houve homens excepcionais com visão espiritual que, por
causa de seus dons naturais, foram capazes de escrever as Escrituras.
Refutação: Esta é a noção mais
repulsiva de inspiração, pois enfatiza a autoria humana a ponto de excluir a
autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos pelagianos e unitarianos. Ë bom
que se diga que os escritores da Bíblia, fossem eles homens simples ou
extremamente cultos, afastaram de si toda glória, confessando ser Deus o verdadeiro
autor de suas palavras (2Sm.23:2; At.1:16; 28:25; Jr.1:9).
2. TEORIA DA
INSPIRAÇÃO MÍSTICA OU ILUMINAÇÃO – Inspiração, segundo essa teoria provém da
intensificação ou elevação das percepções religiosas de um crente. Cada crente
tem sua iluminação até certo ponto, dependendo do seu grau de maturidade
espiritual e intimidade com Deus, e mesmo assim alguns teriam mais percepção do
que outros, ainda que fossem maduros na fé.
Refutação: Se esta teoria fosse
verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo, através de muita “vida
devocional”, poderia estar capacitado a escrever livros e cartas no mesmo nível
de autoridade que encontramos nas Escrituras. Schleiermacher foi quem
disseminou esta teoria. Para ele inspiração é "um despertamento e excitamento
da consciência religiosa, diferente em grau e não em espécie da inspiração
piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens santos".
3. TEORIA DA
INSPIRAÇÃO DIVINA COMUM - Compara a inspiração que atribuímos aos escritores da
Bíblia ao que hoje entendemos como sendo uma “iluminação” concedida aos
cristãos piedosos, em momentos de oração, adoração, meditação e reflexão na
Palavra... E que os capacita a escrever, ensinar, compor, etc...
Refutação: De fato, existe um
tipo de “inspiração comum” concedida pelo Espírito Santo aos que creem e se
dedicam ao SENHOR, mas ela se distingue da inspiração conferida aos escritores
da Bíblia e, pelo menos dois sentidos:
3.1 - Trata-se de uma
“inspiração gradativa”, isto é, o Espírito pode conceder maior ou menor conhecimento
e percepção espiritual ao crente, à medida que este ora, se consagra e se
santifica; ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia não admite graus:
o escritor era ou não era inspirado.
3.2 - A “inspiração comum”
pode ser permanente (1Jo 2:27), enquanto que a inspiração concedida aos
escritores da Bíblia era temporária. Centena de vezes encontrou esta expressão
dos profetas "e veio a mim a palavra do Senhor...", indicando o momento
em que Deus os tomava para transmitir sua mensagem.
4. TEORIA DA
INSPIRAÇÃO PARCIAL - Ensina
que partes da Bíblia são inspiradas e outras não. Afirma que a Bíblia não é a
Palavra de Deus, mas que apenas contém a Palavra de Deus.
Refutação: Se esta teoria fosse
verdadeira, estaríamos em grande confusão, porque quem poderia dizer quais as
partes que são inspiradas e as que não o são? A própria Bíblia refuta essa
ideia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino...” (2Tm
3:16); e também “...nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;
porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo” (1Pe 1:20,21).
5. TEORIA DO DITADO
VERBAL – Segundo
esse pensamento, a inspiração da Bíblia aconteceu como um ditado literal da
Palavra de Deus aos escritores, como uma espécie de “transe”, onde praticamente
não havia lugar para a atividade intelectual, para a formação acadêmica, nem
mesmo para o estilo de cada escritor.
Refutação: Mas esta atividade e este
estilo são patentes em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa
investigação de fatos conhecidos (Lc 1:4). Pedro, que tinha uma maneira
simplificada de escrever, fez menção ao estilo mais elaborado do apóstolo
Paulo: “... como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a
sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato,
costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis
de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as
demais Escrituras, para a própria destruição deles” (1Pe 3:15,16).
Esta falsa teoria faz
dos escritores verdadeiras máquinas, que anotam o que lhes é ditado, sem
qualquer noção do que estão fazendo. Deus não falou com os escritores como quem
fala através de um alto-falante. Ele usou também as faculdades mentais dos que
escreveram. A inspiração não anulou a participação do autor, nem a intenção do
escritor diminuiu o poder da inspiração: “Amados, quando empregava toda a diligência
em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a
corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela
fé...” (Jd 1:3).
6. TEORIA DA
INSPIRAÇÃO DAS IDÉIAS - Ensina que Deus inspirou as ideias contidas na Bíblia na mente
dos autores... Apenas as ideias, mas nenhuma Palavra... Segundo essa teoria, as
palavras registradas por escrito são de responsabilidade exclusiva dos
escritores – eles teriam colocado no papel, à sua maneira, as ideias que lhes
foram inspiradas.
Refutação:
_ Ora, qual seria a
definição mais precisa de PALAVRA? _ Palavra é a expressão do pensamento! Ë a
verbalização daquilo que se pensa!
_ Mas, como é que uma
ideia pode ser formulada sem o uso de palavras, ainda que no pensamento?
_ E como é que uma ideia
pode ser exposta, em sua exatidão, sem o uso das palavras que deram vida a essa
ideia?
_ Portanto, uma ideia
ou pensamento inspirado só pode ser expresso por meio de palavras inspiradas.
Se Deus deu “ideias inspiradas”, Ele as deu através de “palavras inspiradas”
_ Ninguém há que
possa separar a palavra da ideia. A inspiração da Bíblia não foi somente
"pensada", foi também "falada".
_ “porque nunca
qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2Pe 1:21).
_ “Havendo Deus,
outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” (Hb 1:1).
_ “Disto também
falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo
Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1Co 2:13).
7. A TEORIA CORRETA
DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA – É a chamada teoria da inspiração plena ou verbal. Ensina
que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que os escritores não
são como máquinas inconscientes; que houve cooperação vital e contínua entre
eles e o Espírito de Deus que os capacitava. Afirma que homens santos
escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob uma influência
tão poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi Palavra de Deus.
Assim, a inspiração plena ou verbal é o poder inexplicado do Espírito Santo
orientando e conduzindo os escritores escolhidos por Deus na transcrição do
registro bíblico, quer seja através de observações pessoais (1Jo.1:1-4).,
fontes orais ou verbais (Lc.1:1-4; At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1).., ou através de
revelação divina direta (Ap.1:1-2; Gl.1:12), preservando-os de erros e
omissões, de maneira a garantir a Inerrância das Escrituras, e dando à Bíblia
autoridade divina.
_ Explicar como Deus
agiu no homem, é tarefa difícil! Se já é complicado entender o entrosamento do
nosso “ser espiritual” com o nosso “ser corpóreo” espírito com o corpo é um
mistério inexplicável para os mais sábios, imagine-se o entrosamento do Espírito
de Deus com o espírito do homem! Ao aceitarmos Jesus como salvador aceitamos
também as Escrituras como revelação de Deus. A inspiração plenária cessou ao
ser escrito o último livro do Novo Testamento. Depois disso nenhum outro
escritor, nenhum outro servo de Deus pode ser considerado inspirado no sentido
bíblico.
A autoria bíblica é,
portanto Divina e Humana, simultaneamente:
Autoria Divina: Do lado divino, as
Escrituras são a Palavra de Deus, no sentido de que se originaram nele e são a
expressão de Sua mente. Em 2Tm.3:16 encontramos a referência a Deus: "Toda
Escritura é divinamente inspirada" (theopneustos = soprada ou expirada por
Deus).
A referência aqui é
ao que foi escrito. Então Deus “sopra” Sua Palavra na mente do escritor
(expiração), e este, por sua vez, ao receber este “sopro” inspira (inala) a Palavra
de Deus a qual será processada em uma mente humana, recebendo dela sua influência,
isto é a maneira de se expressar.
Autoria Humana: Na perspectiva humana
vemos certos indivíduos escolhidos por Deus com a responsabilidade de receberem
(inalarem) a Palavra e transformá-la em escrita. Em
2Pe.1:21 encontramos
a referência aos "Homens santos de Deus que falaram movidos pelo Espírito
Santo" (pherô = movidos ou conduzidos).
A própria Bíblia
reconhece a autoria dual (Divina e Humana) em seu registro. Veja, por exemplo,
que Mateus (15:4) registra que Deus ordenou: “Honra a teu pai e a tua mãe. E
quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte”. Mas Marcos (7:10)
registra o mesmo texto dizendo que foi Moisés quem ordenou essa conduta. E não
há contradição – Deus é o autor desse mandamento, mas Ele usou Moisés para
transmiti-lo aos homens. Em muitas outras passagens percebemos essa dualidade
na autoria das Escrituras (Compare Sl.110:1 com Mc.12:36; Ex.3:6,15 com
Mt.22:31; Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 com Jo.12:39-41). Deus
opera de modo misterioso usando a vontade humana, sem anulá-la e sem que o
homem perceba que está sendo divinamente conduzido. Neste fenômeno, o homem faz
pleno uso de sua liberdade (Pv.16:1;19:21; Sl.33:15;105:25; Ap.17:17).
RESUMINDO: Inspiração é a
operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a
receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão,
impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade
divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de
Deus para a linguagem humana inteligível (2Co.10:13; 2Tm.3:16; 2Pe.1:20,21).
Provas da Inspiração
Bíblica
1. O Testemunho da
Arqueologia – Dr. Melvin Grove Kyle, um famoso arqueólogo internacional, já
disse que nenhuma descoberta arqueológica nos últimos cem anos invalidou de
algum modo qualquer simples declaração da Bíblia. Pelo contrário, a descoberta
tem confirmado as Sagradas Escrituras de modo admirável.
2. O Testemunho
das Vidas Transformadas – Sua influência sobre o caráter e a conduta de
milhares de pessoas ao longo da história.
3. O Testemunho da
Unidade – O fato de ter sido escrita num período de cerca de 1600 anos por
40 autores diferentes, sem qualquer contradição, faz-nos pensar um pouco.
4. O Testemunho
das Profecias Bíblicas – João 10: 35. Mais de 300 profecias do Antigo
Testamento convergem para a pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lucas 24: 27, 44 –
49).
“O problema dos
opositores da Bíblia é que eles não têm nada melhor para oferecer!”
O A.T foi escrito quase toda sua totalidade em
Hebraico - Com algumas palavras
em aramaico. Hebraico- A
língua hebraica foi falada pelos israelitas durante sua independência. Era
considerada a “língua sagrada”, No AT é chamada de “a língua de Canaã ou a dos
Judeus (II Reis 18.26 a 28; Is. 19.18; 36.13)”. Foi à língua dos habitantes de
Canaã e Fenícia. Aramaico - A
língua do povo de Arã. Ela propagou-se por toda a parte, exerceu influência
sobre o hebraico. No tempo de Jesus, era a linguagem popular de a palestina
A Bíblia foi escrita em aramaico, hebraico e grego. O aramaico (siríaco) e hebraico são línguas semíticas e o grego, e posteriormente o latim, são de origem indo-europeia.
AS LINGUAGENS
A Bíblia foi escrita em aramaico, hebraico e grego. O aramaico (siríaco) e hebraico são línguas semíticas e o grego, e posteriormente o latim, são de origem indo-europeia.
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