terça-feira, 7 de junho de 2016

A CERTEZA DA VINDA DE CRISTO

Pedro exorta os crentes a não perderem a esperança na vinda de Cristo, pois uma característica dos falsos mestres a obnubilar a visão do crente quanto a este importantíssimo ponto doutrinário.
I - INTRODUÇÃO
- Pedro verificou que uma característica dos falsos mestres era a de zombar da promessa da vinda de Cristo, procurando desacreditá-la junto aos fiéis. - Lc.21:34.
- Uma das características dos últimos dias é a falta de preocupação com a volta de Cristo, esta que é a mensagem que mais se insiste no Novo Testamento. Esta despreocupação é, aliás, um sinal da vinda do Senhor - Mt.24:37-39,44.
OBS: " Comenta Homrighausen (in loc.): ' Os 'zombadores' mundanos, seculares, pareciam estar com a razão. Não levavam a sério o mundo espiritual, pelo que nada tinham a ver com o cumprimento mais amplo da vida e da história. E aquela gente presa a esta terra tem seus contemporâneos atuais. Estes não são interessados pela segunda vinda de Cristo, Até mesmo os crentes, cuja esperança desde há muito vem sendo adiada, se inclinam por perder seu interesse pela mesma. Muitos não se apegam mais ao literalismo da profunda da igreja. O método científico tem diluído a realidade, ao ponto da mesma tomar a natureza prosaica da continuidade. Qualquer idéia de interferência vinda de fora, no mundo de processos inflexíveis, é ridicularizada como um absurdo. A segunda vinda é uma curiosidade teológica, uma espécie e ameaça religiosa que é brandida pelos evangelistas de fogo e trovão, uma pura ficção criada por mentes temerosas e férvidas...."
(R.N. CHAMPLIN, NTI, v.6, p.206).
" A Igreja Romana, que ensinava ser a igreja o reino de Deus na terra e o seu líder, o vigário de Deus, negava o pensamento pré-milenarista(...) não porque não fosse bíblico, mas porque contradizia sua própria filosofia e métodos de interpretação(...) Assim Agostinho ensinou que o milênio deve ser interpretado espiritualmente como cumprido pela igreja(...) A Reforma se preocupou mais com a doutrina da salvação (..) e, por isso, permaneceu na posição defendida por Agostinho(...)Embora os reformadores não tenham adotado a interpretação pré-milenarista das Escrituras, sem exceção retornaram ao método literal, que é a base sobre a qual repousa o pré-milenarismo e, assim, voltou a interpretação defendida pela Igreja primitiva...." (Osmar José da SILVA, Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.166-7).
" ...A doutrina da conversão do mundo e do reino espiritual de Cristo (...) não foi geralmente aceita pelos cristãos até quase o princípio do século XVIII. Como todos os demais erros, este produziu maus resultados. Ensinou os homens a adiar para um remoto porvir a vinda do Senhor, impedindo-lhes de darem importância aos sinais que anunciavam a Sua iminente volta. Infundia um sentimento de confiança e segurança mal fundamentado, conduzindo muitos a descuidarem a preparação necessária para a vinda do Senhor..." (Ellen G. White, A um passo do Armagedom, trad. Olyntho S. Soares et alii, Ed. Vida Plena, p.351). Observem como um erro dá margem a outro, pois esta crítica de Ellen G. White é absolutamente pertinente, ainda que seja proveniente de um movimento herético que caminharia para o extremo oposto, qual seja, o de determinar a data do retorno de Cristo, como são os "adventistas".
Não é de se admirar, portanto, que os movimentos recentemente surgidos falem de prosperidade material, de cura divina, de batalha espiritual, de línguas estranhas, de quebra de maldições, de êxtases e emoções com louvores, que, muitas vezes, são os mesmos dos crentes, mas silenciem, por completo, sobre a volta de Cristo. Onde estão as pregações a respeito desta verdade nas aglomerações desta gente ? Quando se fala em vinda de Deus, em "advento", quando muito há um total escamoteamento do seu significado, como se vê nesta passagem de autoria do líder atual da Igreja Romana: "... Esta é a terceira vinda, de que falam os Padres, ou o 'Advento intermediário' teológica e asceticamente analisado por São Bernardo: 'Na primeira vinda, o Verbo foi visto na terra e conversou com os homens quando, como ele mesmo afirma, o viram e o odiaram. Na última vinda, 'todo o homem verá a salvação de Deus' e todos 'contemplarão Aquele que traspassaram'. Oculta, porém, é a vinda intermediária, em que somente os eleitos o vêem dentro de si mesmos e suas almas com isso se salvam' (S.Bernardi, Sermo V: De medio adventu et triplici innovatione, I, Opera, Ed. Cistcerc. IV [1966] 188). " (João Paulo II, Meditações e orações, p.46). Lamentavelmente, para angariar simpatizantes, em nossos púlpitos, rareiam também estas pregações, numa apatia espiritual que nos faz lembrar a igreja de Laodicéia, que "...era totalmente desagradável ao Senhor, e isso não por causa de seus grandes pecados (tais como os repreendidos em Pérgamo e Tiatira) mas por causa da sua apatia, seu indiferentismo. Deus quer que seus filhos sejam 'fervorosos no espírito', Rm.12.11..." (Severino Pedro da SILVA, Apocalipse versículo por versículo, p.47).
- Estes falsificadores da Palavra de Deus buscam "demonstrar" a ilogicidade da promessa da vinda do Senhor e desmenti-la pelo curso da história, apontando uma "demora", uma "impossibilidade" para que ocorra a segunda vinda de Cristo. - II Pe.3:4; Is.5:18,19; Jr.17:15; Ez.12:22,27.
OBS: "...Os filósofos, de modo geral, excetuando os estóicos (os quais esperavam uma conflagração final de todas as coisas), falavam tanto da eternidade passada da matéria, como de sua continuidade por toda a eternidade(...) Mas a doutrina petrina da conflagração geral(...) contradiz esse ponto de vista de uma essencial 'imutabilidade'. Talvez os falsos mestres da Ásia Menor pretendessem comprovar sua doutrina de 'continuidade' mediante a citação de escritos filosóficos e rabínicos.(...)Ali a 'continuidade' é uma idéia alicerçada sobre 'a lei eterna do Deus eterno'..."(R.N. CHAMPLIN, NTI, v.6, p.206).
- O discurso empreendido pelos falsos mestres é extremamente danoso ao desenvolvimento da vida espiritual do crente e é uma das mais poderosas armas que têm levado os cristãos à apostasia. Por isso, Jesus já alertara intensamente para que não déssemos ouvido a este tipo de gente - Mc.13:35-37; Mt.24:42-44; Lc.21:34-36.
OBS: "... O demônio da incerteza tem cegado tanto o entendimento dos homens para esta realidade que até os nossos líderes, que deveriam ser os homens mais preocupados em realizar palestras e conferências de avivamento e de advertência sobre o eminente fato que está prestes a acontecer - em sua maioria - nem imaginam que Cristo Jesus está tão próximo de vir buscar Sua Igreja. Preocupam-se com tantas coisas, menos com o reino de Deus, que é a finalidade de todo nosso ministério eclesiástico...." (Ailton Muniz de CARVALHO, O Messias está voltando, p.82)

II - ENTENDENDO A PROMESSA DA VINDA DE CRISTO
- A mensagem da volta de Cristo é a que mais se repete no Novo Testamento, de modo que é inacreditável que alguém admita estar pregando a Palavra de Deus sem mencionar uma vírgula sobre esta que é a esperança maior do povo de Deus. Contudo, as passagens bíblicas, normalmente, não distinguem os diversos eventos escatológicos, o que acabou gerando uma série de correntes de pensamento a respeito.
- Dentre as correntes existentes, a que encontra maior respaldo no texto bíblico é a chamada "corrente pré-tribulacionista", que é a adotada no credo das Assembléias de Deus e das principais denominações evangélicas pentecostais. Eis os principais pontos deste entendimento:
a) Jesus voltará, em data ignorada, única e exclusivamente para arrebatar a Sua igreja, ou seja, os crentes fiéis, vivos e mortos, que se reunirão com o Senhor nos ares, num evento que não será presenciado pelos demais seres humanos, que apenas sentirão a falta dos escolhidos. - I Ts.1:10; 4:16; 5:8-10; I Co.15:51-53;
b) Em seguida ao arrebatamento da Igreja, terá início o governo mundial do Anticristo, que fará um pacto com Israel. É o início da "septuagésima semana de Daniel". Este acordo com Israel possibilitará a reconstrução do templo em Jerusalém. - Dn.9:27; II Ts.2:3-7; Ap.3:10.
c) No meio da semana, ou seja, três anos e meio depois do pacto firmado entre o Anticristo e Israel, haverá o rompimento do acordo, pois o Anticristo quererá ser adorado como deus no templo em Jerusalém, o que os israelenses não permitirão. Iniciar-se-á a "Grande Tribulação", uma série de juízos que Deus lançará sobre os homens infiéis, que, então, serão adoradores do Anticristo, tendo como líder religioso o falso profeta. - II Ts.2:8,9; Dn.11:36-45.
d) Durante a "septuagésima semana de Daniel", a operação do Espírito Santo estará limitada. Deus atuará como no tempo da lei e dos profetas, usando homens cheios do Seu Espírito para apregoar a verdade (as "duas testemunhas" e os "cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra"). A salvação será possível, mas, em virtude da aceitação de Jesus como Salvador, os crentes pagarão o preço da própria vida, pois o Anticristo perseguirá tenazmente os fiéis e será permitido que os vença. - Dn. 12:1; Mt.24:21; Jr.30:5-7; Ap.13:12; 6:16,17
e) Enquanto estas coisas se sucederem na terra, nos céus, a Igreja arrebatada será submetida a julgamento para entrega do galardão (o "tribunal de Cristo") e, posteriormente, participará das "bodas do Cordeiro", um grande banquete espiritual quando se regozijará com seu Senhor e Salvador pela vitória alcançada. - Ap.19:7-9; Rm..14:9,10,12; I Co.3:12-15; II Co.5:10.
f) Ao término dos três anos e meio, o Anticristo congregará seus exércitos para lançar o assalto final contra Jerusalém e, então, Jesus retornará, com a Igreja, descendo visivelmente sobre o monte das Oliveiras e vencendo o Anticristo, o falso profeta e seus adversários ( a "batalha do Armagedom"). Julgará, então, as nações e, em seguida, terá início o reino milenial de Cristo. - Ap.19:7,8,14; Ez.20:34-38; Zc.14:1-9.
g) Durante o milênio, haverá paz absoluta na terra, pois Satanás será preso, ao mesmo tempo em que a natureza será restaurada ao estado anterior à queda do homem. Findos os mil anos, Satanás será solto e enganará a muitos, que se rebelarão contra o senhorio de Cristo. - Is.2:2-4; 9:6; 65:19-25; Mq.4:4; Zc.9:10; Ap.20:4-5.
h) Após a derrota dos rebeldes, Satanás será aprisionado para sempre e serão criados novos céus e nova terra, tendo fim a dimensão temporal e histórica em que vivemos, tendo início o Estado Eterno. - Ap.20:7-10.

III - A CERTEZA DA VINDA DO SENHOR
- O crente não deve duvidar da vinda do Senhor, porque:
a) é promessa do próprio Jesus - Jo.14:1-3; Ap.3:11; 22:12,20.
b) Deus permanece agindo na história humana - II Pe.3:5-7.
OBS: "... A história tem tido seus eventos incomuns, seus cataclismas. Por exemplo, consideremos o dilúvio. Isto mostra que coisas assim podem suceder, e cremos que algo assim sucederá novamente. O processo histórico não é algo necessariamente contínuo, sem interrupções abruptas e modificações repentinas. A 'parousia' transformará repentinamente ao mundo, afetando os seus habitantes." ( R.N. CHAMPLIN, NTI, v.6, p.206).
c) Deus é um ser atemporal, ou seja, não está preso ao tempo, de forma que a "demora" alegada pelos falsos mestres é algo que não existe - II Pe.3:8,10.
OBS: " ...Ao tratarmos com o "Deus eterno", precisamos perceber sua estimativa acerca do tempo, que não é igual à nossa estimativa. Para a mente divina, não há qualquer demora. As coisas têm lugar quando ele quer que assim seja, e tudo dentro do breve dia concebido pela mente divina. Assim sendo, o autor sagrado ensina aqui que os homens t6em uma perspectiva limita que perverte sua estimativa sobre as coisas..."(R.N. CHAMPLIN, NTI, v.6, p.206).
" Seu constante dinamismo (de Deus - observação nossa) é igual a velocidade da luz elevada à centésima quadragésima quarta potência - C144, nada pode fugir ao Seu conhecimento. Para quem anda nesta velocidade não pode haver passado, nem futuro, tudo é presente, porque o tempo inexiste; o poder é absoluto..." (Ailton Muniz de CARVALHO, A genealogia dos alienígenas, p.103).
" ... Ele é duma eternidade a outra. É duração, sem princípio nem fim; existência, sem limites ou dimensões, em qualquer tempo, sem passado ou futuro. Sua eternidade é juventude sem infância ou velhice; vida sem nascimento ou morte; é hoje, sem ontem ou amanhã.(...) A eternidade de Deus é, sem dúvida alguma, um sempiterno presente, ligando o hoje do tempo como se fosse o amanhã da eternidade. O Deus da Bíblia é o único que é absolutamente eterno, pois sua existência não conhece princípio ou fim...." ( Severino Pedro da SILVA, Quem é Deus ?, p.74).
d) a suposta "demora" é demonstração da misericórdia de Deus, pois é um tempo que se dá para que o homem possa se arrepender de seus pecados - II Pe.3:9.
OBS: " ...A própria 'demora' não envolve negligência divina, mas antes, Deus deseja dar oportunidade de arrependimento e salvação a todos. Essa demora é uma dádiva divina aos homens. Havia um antigo ditado entre os judeus que dizia que, se todos os judeus se tornassem penitentes por um único dia, o Messias viria imediatamente. Mas ele agora não vem pela segunda vez porque o Senhor espera que os homens encontrem a sua salvação..." (R.N. CHAMPLIN, v.6, p.206).
e) a dúvida sobre a vinda de Jesus faz-nos perder a visão celestial e é uma porta aberta para que a nossa fé seja sufocada - Lc.21:34; Mt.25:8-13;14,18,19,30.
OBS: "... O presente capítulo é, essencialmente, a demonstração de como a falta de fé na 'parousia' servia de elemento corruptor da natureza moral dos mestres gnósticos..."(R.N. CHAMPLIN, NTI, v.6, p.204).
f) a vida cristã sem a perspectiva da vinda do Senhor é sem sentido - I Co.15:19.
OBS: "O emprego que Paulo faz de 'nós', indica que ele esposava a perspectiva do NT, i.e., de Cristo vir buscar os fiéis ainda naquela geração. Embora Cristo não tenha voltado durante a vida de Paulo, este não estava confundido. O apóstolo tinha razão ao crer assim, porque sabia que Cristo poderia voltar a qualquer momento. Todos aqueles que esperam a volta de Cristo, durante a sua vida aqui, crêem da mesma forma. As palavras de Jesus e a totalidade do NT conclamam todo crente a crer que estamos na última hora, e, que ele deve viver na esperança que Cristo voltará durante a sua vida (...). Logo aqueles que não o aguardam já nesta vida, não estão vivendo de conformidade com o padrão apostólico." (Bíblia de Estudo Pentecostal, nota a I Co.15:51, p.1765).

IV - A ATITUDE DE EXPECTATIVA DA IGREJA
- A Igreja deve estar sob a expectativa da vinda do Senhor a qualquer momento. Somente um crente que assim agir, santificar-se-á e estará pronto para ver a face gloriosa do Senhor nos ares - Mt.25:46; Ap.16:15
OBS: "...Estamos no fim da dispensação, o mundo geme como quem está para dar a luz a uma nova geração, as dores de parto se agravam e os que vivem este princípio de milênio, assistindo aos sinais dos fins dos tempos, não podem ficar despercebidos. Alegrai-vos e regozijai-vos, servos do Senhor, pois Sua volta se aproxima a cada segundo, e a cada respiração tem-se a impressão de que piscaremos os olhos aqui e abriremos nas regiões celestiais. Quão glorioso será estarmos juntos na nova Jerusalém, brilhando como astros no firmamento... ..." (Osmar José da SILVA, Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.206).
Conquanto Ellen G. White esteja se referindo aos adeptos de William Müller e seu "adventismo", o que fala pode muito bem ser direcionado para os crentes que estão esperando a volta de Jesus nos nossos dias. Senão vejamos: " E por que foram as doutrinas e pregações sobre a segunda vinda de Cristo tão indesejáveis para as igrejas ? Enquanto para o ímpio a vinda de Cristo traz lamento e desolação, para o justo ela é plena de alegria . Esta grande verdade tem sido o consolo dos fiéis servos de Deus através dos tempos.(...) Aqueles que aceitaram a doutrina do advento foram despertados para a necessidade de arrependimento e humilhação diante de Deus.(...)O silencioso testemunho de sua conduta diária era uma constante reprovação aos formalistas e não consagrados membros da Igreja. Estes não queriam ser perturbados na sua busca do prazer, sua devoção aos ganhos e ambição pela honra mundana. Daí a inimizade e oposição levantadas contra a fé adventista e aqueles que a proclamavam...." (Ellen G. White, A um passo do Armagedom, p.371).
- O Senhor não deixou o crente à mercê, mas deixou bem definidos os fatos que indicam a proximidade da Sua vinda - "os sinais dos tempos". Temos dito que a relação dos sinais dos tempos é a reprodução da primeira página de qualquer jornal do mundo. Por isso, estejamos alerta, o Senhor está às portas ! Ei-los:
a) falsos cristos, falsos mestres e falsos profetas ( Mt.24:5,12) - Nunca surgiram tantos falsos cristos, falsos mestres e falsos profetas quanto nestes últimos tempos. Desde a segunda metade do século XIX, a proliferação de seitas, heresias e credos é impressionante (William Müller, Ellen G. White, Joseph Smith, Charles Russell, Reverendo Moon, Meishu-Sama, Inri Cristo, Jim Jones, sem se falar no aumento do prestígio e da projeção no mundo de lideranças como o Papa, o Dalai Lama e os aiatolás e mulás islâmicos, entre outros).
b) Guerras e rumores de guerras (Mt.24:6) - O número de guerras multiplicou-se a partir da segunda metade do século XIX. O século XX presenciou as duas guerras mundiais. A Guerra Fria foi um período de permanente tensão e receio de uma terceira e final guerra mundial, que perdurou desde 1947 até 1989 e, ao término dela, quando se imaginava uma "nova ordem mundial" de paz, surgiram, ao revés, ainda mais conflitos, como a Guerra do Golfo Pérsico (1991), a Guerra dos Bálcãs (1992-1999) e, mais recentemente, a chamada "guerra contra o terror", que deixou todo o mundo em nova tensão, maior que a da guerra fria, pois não há uma bipolarização entre superpotências. A guerra, agora, não tem cenário nem inimigos certos - é a tensão total.
OBS: Este estado de coisas foi bem definido em recente artigo na imprensa brasileira, cujo trecho transcrevemos: " ..A mitologia da Terceira Guerra Mundial, tida como tão inevitável como a morte, e tão temida como o fim do mundo, nos acompanha desde o fim da Segunda. Curioso que, quando da Primeira Guerra Mundial, ninguém ficou esperando a Segunda. A seu tempo, a Primeira Guerra se chamou "A Grande Guerra". Era a maior de todas, a guerra total, envolvendo todas as nações, e por isso mesmo, na visão otimista que se disseminou por um planeta que ainda não havia perdido a inocência, era 'a guerra que haveria de terminar com todas as guerras'. Não terminou, como se sabe, e por isso mesmo, ao término da guerra seguinte, ninguém ficou imaginando que aquela, sim, tinha sido a última. Pelo contrário, o mundo, escolado, ficou esperando pela Terceira. Esta seria, agora sem sombra de dúvida, a definitiva _ mas não a definitiva no sentido que se imaginou a Primeira, porque o mundo finalmente tomara jeito e não guerrearia mais, e sim porque depois dela não sobraria nada...." (Roberto Pompeu de TOLEDO. Alguém faltou ao encontro. Veja, nº 1718, ano 34, nº 37, 19/09/2001, p.142).
"... rumores são as guerras frias, guerras de nervos para amedrontar e influenciar psicologicamente. É a mais terrível das guerras, enervam e adoecem os homens. Vivemos na época dos tranqüilizantes para dormir, os nervos abatidos pelos boatos de guerras e outros processos diluidores da mente. No momento em que estamos escrevendo este capítulo a guerra estronda no Oriente Médio entre Israel e árabes, não sabemos o que vai resultar daí. Uma coisa sabemos: são os sinais dos tempos...." (Manoel Ferreira LEAL, O sentido escatológico da Bíblia, p.84).
c) fomes, pestes e terremotos em vários lugares (Mt.24:7) - Os inimigos da Palavra de Deus costumam dizer que sempre houve fome, pestes e terremotos na história da humanidade e que esta "previsão" do Senhor seria como "chover no molhado". Todavia, o que se predisse foi a circunstância de que isto ocorreria em vários lugares ao mesmo tempo. No século XX, os cientistas constataram que o número de abalos sísmicos têm aumentado consideravelmente, não só em quantidade, mas em intensidade. Já a fome está cada vez mais assolando maior número de pessoas no planeta. Quanto às pestes, até doenças que já eram dadas como erradicadas do planeta, estão voltando, como a tuberculose, ao lado de novas doenças, como a aids e a possibilidade do uso de armas bacteriológicas faz surgir o temor do aumento ainda maior das pestes, sem se falar nos vícios que têm ceifado milhões de vida cada vez mais a cada ano (o fumo, o alcoolismo e as drogas em geral).
d) Multiplicação da iniqüidade (Mt.24:12) - A maldade e o pecado têm aumentado sobremaneira nos últimos dias. Os mais idosos percebem isto claramente, pois a imoralidade tem crescido intensamente a cada ano. A indústria do sexo já é o terceiro maior negócio do mundo (a "internet" tem 80% de seu conteúdo vinculado à pornografia) e os meios de comunicação tem servido para a propagação da sexolatria e da violência. O consumismo desenfreado e a desigualdade social têm incentivado e estimulado a violência e o desrespeito à vida de forma nunca antes vista. Ao mesmo tempo, os escândalos e a falta de uma vida comprometida com Deus tem desgastado a pregação do evangelho e a própria imagem da Igreja frente aos incrédulos.
OBS: "...O pecado se multiplica sem conta a cada segundo que passa. A televisão e o rádio só se ocupam e se preocupam com programas pouco recomendáveis onde o sexo é o padrão e o método principal. As revistas e jornais de um materialismo e imoralidade inominável, principalmente as revistas com as sus fotografias de mulheres cuja roupa exígua serve de estímulo ao sexo que foi criado para outra finalidade que não a imoralidade. Tudo isso mostra que o mundo perdeu a cabeça e está por conta do maligno. A família, que se desmorona em seus fundamentos, criada por Deus para um destino e propósito elevados. Os filhos não mais atendem aos pais e estes, também, por sua vez, não dão respeito e não têm força moral sobre eles. É o quadro apresentado por Paulo em II Tm.3:1-9, cuja leitura carece da nossa meditação..." (Manoel Ferreira LEAL, O sentido escatológico da Bíblia, p.84)
- A proximidade da vinda do Senhor não nos permite que fixemos data para a Sua volta, expediente que é mais uma arma que o adversário tem se utilizado para o descrédito da promessa da vinda do Senhor. - Mt.24:36.
OBS: Assim como a apatia espiritual e a desconsideração da promessa da vinda do Senhor causam grande prejuízo à Igreja, os erros cronológicos observados por quem procura designar a data da vinda do Senhor não são menos danosos. Há quem enxergue em eventuais ensinos neste sentido nos dias apostólicos o sucesso que os falsos mestres estariam tendo e que seriam os responsáveis por este alerta de Pedro. Não podemos nos esquecer, inclusive, do surgimento do "adventismo" com William Müller no século XIX e que deu origem aos sabatistas. A designação de datas é tão danosa quanto a desconsideração das promessas da vinda do Senhor.
- É importante observar que, nesta passagem que estamos a estudar, Pedro apresenta uma teoria sobre a origem do universo que só recentemente os cosmologistas passaram a comprovar. - II Pe.3:5
OBS: "...O Mestre de Nazaré foi milhares de quilômetros além de Robert Oppenheimer, pois Ele pegou um simples pescador indouto (...)fez deste aluno o maior cientista em geofísica de toda história da era cristã. Esse pescador (...) foi de extremo a extremo: da geofísica à cosmologia(...) Pedro disse que a Terra foi criada por Deus a partir das águas e sobre as águas subsiste(...)Nesta terceira parte deste período tudo era mar e a vida não havia voltado às águas(...)Vendo o Arquiteto Supremo por vias normais demoraria mais do que tinha planejado, preferiu criar uma terceira explosão, que podemos chamar de explosão molecular(...)Essa explosão teve como finalidade fundir as moléculas da vida já existente desde o Mega Bang(...) Foi sem dúvida o momento esperado por Deus: esta foi a energia liberada para tornar o segundo estado da matéria em segundo - o que estava líquido tinha de tornar-se sólido. O globo se encontrava em estado líquido: era o mar de sopa orgânica..." (Ailton Muniz de CARVALHO, Deus e a história bíblica dos seis períodos da criação, 4. ed., p.92-5).
- Diante de tamanhas evidências da proximidade da vinda do Senhor, basta apenas que estejamos prontos, preparados bem como anunciemos a todos que o Senhor está às portas e que não resta muito tempo para a realização da nossa esperança.


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