sábado, 11 de junho de 2016

A REVERÊNCIA E A POSTURA DE UM ANJO

Judas apresenta a quarta ilustração em seu comentário sobre o perigo da rebeldia, só que uma ilustração positiva, ao contrário das demais, a saber, a reverência na postura do arcanjo Miguel.
INTRODUÇÃO
- A reverência e a consciência de nossa total submissão a Deus é um elemento que jamais pode faltar na vida do cristão e é algo que sempre está ausente na vida dos falsos mestres e daqueles que os seguem. A humildade continua sendo o grande antídoto contra os falsos ensinamentos na igreja -Pv.22:4; Sl.138:6;Pv.11:2; Pv.16:19.
I. QUEM É MIGUEL
- Miguel é um dos dois anjos cujos nomes são mencionados nas Escrituras. (o outro é Gabriel). -Dn.10:13,21; Jd.9; Ap.12:7.
OBS: "...Nos escritos rabínicos, os anjos eram designados coletivamente como Pamaliah shel Ma'alah ("a Família do Céu"). Também eram chamados de "anfitriões do Céu" e de "filhos de Deus". Em formações militares de "hostes" e "coortes", cada uma das categorias angelicais (Maimônides, o rabino filósofo do século XII, afirmava a existência de dez) era dirigida por um arcanjo...O Talmud afirma categoricamente: 'Os nomes dos anjos chegaram a Israel pela Babilônia.'..." (Enciclopédia Judaica, v.5, p.32)
- Miguel é o único ser angelical que é chamado na Bíblia de "arcanjo" (Jd.9), sendo certo que a palavra foi utilizada apenas em I Ts.4:6, também no singular, de modo que há quem defenda que haja apenas um arcanjo nos céus, precisamente Miguel.
- As referências bíblicas que citam Miguel nos dão a entender que Miguel tem uma posição de superioridade em relação aos demais seres angelicais e que lhe foi cometida a proteção do povo de Israel bem como a resistência mais direta contra as ações do inimigo de nossas almas e suas hostes.
OBS : "...O livro de Enoque dá os nomes de sete arcanjos...Segundo é dito ali, a cada um deles Deus entregou uma província sobre a qual reina (ver Enoque 20:1-8). A província de Miguel seria autoridade "sobre a melhor porção da humanidade e sobre o caos". Os escritos judaicos fazem dele o protetor de Israel como nação...Seu nome significa "Aquele que é como Deus". No livro de Daniel, Miguel é visto como guardião dos israelitas..."(R.N. Champlin, NTI, v.6, p.336).

II. A LUTA DE MIGUEL COM O DIABO
- Esta luta de Miguel com o diabo foi extraída, por Judas, do livro apócrifo denominado Testamento ou Assunção de Moisés, no qual se diz, segundo R.N. Champlin, resumidamente que: 1. O diabo não queria permitir que Miguel sepultasse a Moisés, alegando que o corpo de Moisés pertencia à ordem material e que ele fora homicida, pelo que não merecia um sepultamento decente. 2. Miguel responde a essa primeira acusação, alegando que o Senhor é o criador e governador do mundo material, pelo que Satanás nada tinha a dizer acerca do que ocorresse com o corpo de Moisés. Ignora a segunda acusação. 3. Afinal de contas, Miguel, pelo poder da razão ou pela ajuda direta de Deus, consegue sepultar o corpo de Moisés nas montanhas e conduz consigo o seu espírito para os céus.
- Por causa da menção deste episódio, houve resistência à inserção da epístola de Judas no cânon do Novo Testamento. No entanto, esta literatura estava sempre ao alcance dos escribas e das sinagogas, de modo que seus ditos eram conhecidos da comunidade religiosa do tempo de Judas e a utilização para fins de ilustração não representa indício algum de que o texto seja inautêntico.
- Apesar de sua posição na hierarquia angelical, Miguel não ousou enfrentar Satanás mas se limitou a invocar a autoridade divina. Bem ao contrário do inimigo, que quis estar acima de Deus, apenas invocou a autoridade do Senhor para poder cumprir a sua missão. É esta a lição que Judas extrai da história constante daquele livro apócrifo e que deve ser seguida pelos verdadeiros e sinceros servos do Senhor , cuja preocupação deve ser tão somente cumprir o que lhes foi exigido - Dt. 6:25; Js.1:7; I Sm.12:13; Jo.4:34;Jo.17:4.

III. O EXEMPLO DOS FILHOS DE CEVAS
- Cevas era o principal dos sacerdotes judeus que habitavam em Éfeso e seus filhos andavam de casa em casa a expulsar demônios, sendo, portanto, exorcistas. Éfeso era um centro de práticas de magia e isto, naturalmente, fez com que a comunidade judia de lá desenvolvesse mais este aspecto das tradições religiosas hebraicas. A expressão de Jesus em Mt.12:27 confirma existir estes no Seu tempo.
OBS: O exorcismo era prática antiga entre os judeus e Flávio Josefo a remonta à época do rei Salomão e menciona ter presenciado exorcistas perante o imperador romano Vespasiano: "... Tal maneira de expulsá-los está ainda em uso entre os de nossa nação; eu vi um judeu, chamado Eleazar, na presença do Imperador Vespasiano, de seus filhos e de vários dos seus oficiais e soldados, livrar diversos possessos. Prendia-se ao natriz do possesso um anel no qual estava fincada uma raiz, de que Salomão se servia para isso; logo que o demônio a cheirava, arremessava o doente por terra e o abandonava. Ele dizia então as mesmas palavras que Salomão tinha deixado por escrito e, fazendo menção desse príncipe, proibia ao demônio voltar. Para fazer ver ainda melhor o efeito das conjurações, ele enchia uma tina de água e ordenava ao demônio que a lançasse por terra, para mostrar com esse sinal que tinha abandonado o possesso; e o dem6onio obedecia. Julguei bem relatar esta história, a fim de que ninguém possa duvidar da ciência, assaz extraordinária, que Deus tinha concedido a Salomão, como graça particular. (Flávio JOSEFO. Antigüidades Judaicas, VIII.2,5 in História dos Hebreus, v.1, CPAD, 1990, p.176). Esta prática se disseminou entre os judeus a partir da destruição do templo em Jerusalém e acabou dando lastro ao surgimento do misticismo judaico conhecido como Cabala: "...Temos aqui um fato surpreendente: não obstante não haver em parte alguma da Bíblia e do Talmud qualquer afirmativa de que os judeus acreditavam na transmigração da alma após a morte...a crença deve ter, porém, persistido no pensamento dos sectários místicos e do povo em geral...O conceito...desenvolveu-se...como uma doutrina religiosa entre os judeus por intermédio dos primeiros cabalistas da Espanha e da Provença da era medieval...(Enciclopédia Judaica, v.5, Dibuk, p.239)
- Os filhos de Cevas, ao ver Paulo expulsando demônios, resolveram acrescentar aos seus dizeres mágicos e místicos o nome de Jesus, mas foram envergonhados, pois acabaram sendo desmascarados pelo próprio espírito maligno(At. 19:15). Isto nos fala da falta de legitimidade de muitos que estão a querer se aproveitar dos benefícios do evangelho sem, propriamente, seguirem o evangelho de Deus. Deus não Se deixa escarnecer - Gl.6:7
- O episódio demonstra que há uma grande distinção entre as artes mágicas (fruto de ilusionismo, de poderes mentais ou, mesmo, da ação do adversário) e o poder de Deus, que é superior e eficaz -Ex.7:10-12; 8:6,7,16-19.
OBS: "...Comentando acerca desse texto (At.19:13-18, observação nossa), Theodore P. Ferris assegura: " As histórias sobre as relíquias dos santos presumivelmente são narrativas dos milagres efetuados por Deus. Porém, quando as lemos de forma objetiva, forçoso é reconhecer que podem ser classificadas, com muito maior razão, entre os feitos de artes mágicas humanas. Os milagres autênticos são diferentes, porquanto os milagres são atos de Deus, e não do homem. Ao passo que as artes mágicas consistem em tentativas humanas para controlar as leis de Deus, os milagres são atos divinos que demonstram o controle divino sobre as leis divinas. Os milagres não tem motivos ulteriores por detrás dos mesmos; as artes mágicas sempre os têm. Essa é a razão pela qual Jesus Se esforçou sempre ao máximo para evitar qualquer coisa que pudesse assemelhar-se, em qualquer grau, às artes mágicas. O poder da cruz, conforme ele o compreendia, era o poder do amor sofredor, sem importar onde o mesmo fosse encontrado. Jamais foi o poder de uma lasca qualquer de madeira, que alguém afirme ter sido pedaço da cruz original...Tentam imiscuir-se em uma vida religiosa com a qual não têm qualquer experiência. O fato é que o nome de Jesus tem autoridade nos lábios de um homem, quando o espírito de Deus habita no coração desse homem. As artes mágicas não podem descer a um nível mais baixo do que quando as pessoas, de uma nação qualquer, reivindicam a sanção do nome de Jesus, sem qualquer tentativa séria de cultivarem o caráter de Jesus"...( R. N. Champlin, NTI, v.3, p.416) 

IV - EXPULSAR DEMÔNIO NÃO É ESPETÁCULO
- A expulsão de demônios é um sinal que deve acompanhar a pregação do EvangelhoMc.4:13-15;16:17,20.
OBS: " As Escrituras ensinam claramente que Cristo quer que Seus seguidores operem milagres ao anunciarem o evangelho do reino de Deus(Mt.10:1; Mc.3:14,15;Lc.10:17). (1) Estes sinais (gr. semeion), realizados pelos discípulos verdadeiros, confirmam que a mensagem do evangelho é genuína, que o reino de Deus chegou à terra com poder...e que o Senhor Jesus vivo e ressurreto está presente entre os Seus, operando através deles(Jo.10:25, At.10:38)...(3) Essas manifestações devem continuar na igreja até a volta de Jesus...
(4) Os discípulos de Cristo não somente deviam pregar o evangelho do reino e levar a salvação àqueles que crêem(Mt.28:19,20; Mc.16:15,16;Lc.24:47), mas também concretizar o reino de Deus, como fez Jesus(At.10:38) ao expulsar demônios e curar doenças e enfermidades..."(Bíblia de Estudo Pentecostal, estudo Sinais dos crentes, p.1496).
- Como sinal que segue a fé em Cristo, é algo para confirmar a palavra e jamais algo que venha a ser utilizado como atração da atenção do povo. Devemos, sempre, pregar a Cristo e Ele confirmará , com a expulsão de demônios, entre outros sinais, a Sua palavra -At.8:5-8; 16:10,13-18.
OBS: Nestes últimos dias, a Bíblia ensina que a iniqüidade se multiplicará e, portanto, podemos afirmar que a ação demoníaca está mais intensa. Não nos deixemos enganar, como têm ocorrido com os católicos romanos para quem "... Bom... Para resumir: Sim, a possessão diabólica é possível, mas, muito raramente ocorre..." . (Possessão demoníaca é possível ?http://br.geocities.com/paginacatolica/esclarecimentos_arquivos/possessao.htm. Webmaster: Rubens M. Neto). Aliás, grande arma do inimigo nestes dias tão difíceis é a incredulidade quanto a sua existência, o que, segundo recente pesquisa realizada pela revista Veja, já encontrou guarida em 19% das pessoas que se dizem evangélicas, ou seja, por incrível que pareça, praticamente 1 em cada 5 pessoas que se dizem crentes no Brasil afirmam não crer na existência do diabo. Eis a situação preocupante em que estamos! (Jaime KLINTOWITZ. Um povo que acredita. Veja, nº 1711, ano 34, nº 50, 19/12/2001, p.126).
- A expulsão de demônios demanda preparo espiritual do crente, porquanto somente quem tem fé, comunhão com Deus e está revestido do Seu poder poderá assim agir. Observemos que Paulo somente expulsou ao demônio daquela mulher após alguns dias (cf.At.16:13-18). - Mt.17:19,20.
OBS: "...Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal: (a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra forças espirituais do mal (Ef.6:12). (b) Viver diante de Deus uma vida fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça(Rm.12:12; Ef.6:14). (c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio(At.26:18; Ef.6:16; I Ts.5:8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais poderosas dadas por Deus para destruição das fortalezas de Satanás ( II Co.10:35). (d) Proclamar o evangelho do reino, na plenitude do Espírito Santo(Mt.4:23; Lc.1:15-17;At.1:8; 2:4;8:12; Rm.1:16;Ef.6:15). (e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de Jesus(At.16:16-18), ao usar a Palavra de Deus(Ef.6:17), ao orar no Espírito (At.6:4;Ef.6:18), ao jejuar (...Mc.9:29) e ao expulsar demônios(...Mt.12:28
; 17:17-21;Mc.16:17; Lc.10:17;At.5:16; 8:7;6:18; 19:12). (f) Orar, principalmente, para que o Espírito Santo convença os perdidos, no tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro(Jo.16:7-11). (g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do Espírito, mediante os dons de curar, de línguas, de milagres e de maravilhas(At.4:29-33; 10:38; I Co.12:7-11)" (Bíblia de Estudo Pentecostal, estudo Poder sobre Satanás e os demônios, p.1467)
É interessante notar que até mesmo o ritual católico romano de exorcismo defende, por incrível que possa parecer, este preparo espiritual, ainda que saibamos que não basta o mero ritualismo, como se verifica neste artigo a respeito: "...o exorcista se prepara mediante jejum e profere numerosas orações, às vezes por dias sucessivos. Isso só ocorre nos casos de possessão diabólica judiciosamente diagnosticada..."
(Possessão diabólica é possível?
http://br.geocities.com/paginacatolica/esclarecimentos_arquivos/possessao.htm. Webmaster: Rubens M. Neto)
- A expulsão de demônios não deve ser ritualizada nem muito menos ser confundida com as práticas exorcistas dos gentios, com uso de "palavras" ou "fórmulas" mágicas, mas resultado de uma atuação na direção do Espírito Santo. Assim fazia Jesus -Mc.1:23-27; 9:25-28.
OBS: "...o exorcismo eficiente é muito mais antigo do que o cristianismo. Os judeus referidos em Atos 19:13, evidentemente, eram exorcistas profissionais, que haviam ficado profundamente impressionados com o poder exibido pelo apóstolo Paulo na expulsão dos demônios. E, sabendo que ele assim agia através do poder do nome de Jesus, resolveram acrescentar o nome de Jesus às invocações que consideravam eficazes para tais coisas. O descobrimento de vários papiros de origem não-cristã, acerca de antigos ritos mágicos, tem-nos demonstrado que o nome de Jesus foi incorporado a tais sistemas...O fato de que o nome de Jesus era empregado até mesmo nos exorcismos praticados pelos pagãos, uma vez iniciada a era cristã, é fato comprovado em uma linha do grande Papiro Mágico Parisiense, que diz: 'eu te esconjuro por Jesus, o Deus dos hebreus'..."(R.N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.2, Exorcismo, p.631-2).
" ...O rito do exorcismo ou "extirpação" de um dibuk (em hebraico um "apegamento"; donde, uma alma pecadora que se "apossou" de outro organismo vivo, observação nossa) foi desenvolvido pelos cabalistas da Europa Oriental dos séculos XVII e XVIII...Uma técnica semelhante para expulsar os maus espíritos também era recomendada oficialmente pela Igreja Católica Romana no manual para sacerdotes, De Ordinatione Exorcistarum ('Ordenação de Exorcistas')..." ( Enciclopédia Judaica, v.5, Dibuk, p.240). Aliás, o ritual de exorcismo atualmente vigente na Igreja Romana é de janeiro de 1999.
"... A autoridade do nome do Senhor Jesus foi concedida apenas aos crentes(Mc.16:17...). O nome de Jesus não foi dado como uma frase mágica para garantir bons ou maus resultados. Não há garantia de poder quando este é empregado excentricamente, ainda mais quando a situação envolve um exercício eclesiástico. Entretanto, quando empregado em fé pelo poder do Espírito Santo, seu poder e glória irão se manifestar. Inerente ao nome de Jesus não é apenas a sua autoridade, mas também a plenitude da sua natureza e caráter. Assim, qualquer prece ou ministério que envolva o nome de Jesus precisa estar de acordo com a sua natureza e propósito...(Bíblia de Estudo Plenitude, com. a At. 19:13-17, p.1134-5).
- Existem demônios que somente serão expulsos com oração e jejum - Mt.17:21; Mc.9:29
- A expulsão de demônios não comporta o diálogo com o espírito maligno. Jesus não dialogava com o espírito maligno muito menos os apóstolos. O episódio do endemoninhado de Gadara é uma exceção que confirma esta regra, pois ali Jesus travou curtíssimo diálogo apenas para mostrar a todos que havia mais de um demônio, o que esclareceu o porquê da destruição de toda uma vara de porcos, precisamente para que ninguém viesse a considerar, no episódio, eventual "poder" por parte da legião expulsa -Mt.8:28-34.
- A expulsão de demônios tem que ter como objetivo o livramento da pessoa possessa, oprimida e a glorificação do nome do Senhor. Portanto, toda e qualquer prática que prejudique a adoração ao Senhor por conta da expulsão de demônios deve ser repelida. Nosso Deus é um Deus de ordem e de decência e nada pode causar confusão ou impedimento ao trabalho do Senhor, nem mesmo eventual expulsão de demônio -Mc.1:21-27; Lc.4:33-36; I Co.14:33,40.
OBS: "...Os crentes coríntios podiam comprovar a "validade" dos seus dons espirituais mostrando que sabiam controlar-se. Dons descontrolados levaram Paulo a pensar acerca dos cultos pagãos, onde a desordem e os sentimentos frenéticos eram reputados como grande sinal da possessão por parte dos deuses. Mas o apóstolo não queria que os cultos da igreja de Cristo se assemelhassem aos ritos frenéticos dos pagãos. Já que se instaurara tal semelhança, Paulo suspeitava que um espírito estranho qualquer é que produzia tal estado de coisas, e não o Espírito de Deus. Que acusação é isso contra muitas igrejas evangélicas modernas, que afirmam exercer os vários dons espirituais!... As raízes da confusão: 1. Quando os homens substituem a edificação espiritual pelos interesses próprios e pela ostentação, necessariamente passa a imperar a confusão espiritual, em resultado. Isso foi o que aconteceu em Corinto.... Deus é um ser de natureza pacífica; por essa razão, estabelece ele a ordem na igreja, para que a mesma concorde com Sua natureza. A confusão e a desordem são atitudes contrárias à própria natureza divina. Essa é uma forte afirmativa, feita pelo apóstolo, a fim de mostrar que a ordem e a tranqüilidade devem predominar na igreja de Deus, porquanto, de outro modo, poderíamos perguntar se, de fato, estamos diante de uma verdadeira igreja de Deus, ou diante de um agrupamento dominado por algum poder estranho, cuja natureza seja desordenada e violenta de alguma maneira.' O Deus que confere a inspiração não é aliado da desordem e da turbulência e, sim, da paz. Deus não pode ser promotor de tumultos...'
(Robertson e Plummer). ' A reverência ordeira é uma das características das igrejas cristãs' (Robertson)...." (R.N. Champlin, NTI, v.4, p.229)
- Não se deve esconjurar o diabo, nem ofendê-lo ou procurar humilhá-lo em espetáculos deprimentes e de péssimo gosto, mas invocar o nome que é sobre todo nome (cf.Fp.2:9-11). Assim fez Miguel, que é mais poderoso do que nós (pelo menos enquanto não formos glorificados) (cf.Sl.8:5), por que, então, devemos agir diferentemente ?
OBS: Neste sentido é lamentável termos de dar razão a certas afirmações como as deste artigo católico extraído da Internet, comentário que somente tem guarida por causa da inobservância bíblica deste exemplo de Miguel. Ei-lo: "...Na base dessas premissas, pode-se dizer que, nas assembléias protestantes, os pastores presumem muito fácil e precipitadamente haver possessão diabólica; em certas igrejas, todos os infortúnios são atribuídos ao demônio, de modo que os exorcismos se repetem com freqüência: às vezes, o paciente é espancado como se espancasse o demônio, o que redunda em ferimentos sérios para os "possessos". Na verdade, essas "vítimas" não são possessos; são pessoas que sofrem como os demais mortais sofrem. Não é, portanto, o caso de se lhes aplicar o exorcismo; este provoca um ambiente de histeria coletiva, com gritos, exclamações, aplausos teatrais... O que se deve fazer em tais casos é pedir ao Senhor que alivie as pessoas sofredoras e as livre de seus males, sem, porém, recorrer ao exorcismo. A oração é a grande arma do cristão; é preciso crer mais na oração e procurar menos os recursos teatrais..." (Possessão demoníaca é possível ? http://br.geocities.com/paginacatolica/esclarecimentos_arquivos/possessao.htm. Webmaster: Rubens M. Neto)

V - O PODEROSO NOME DE JESUS
- O nome de Jesus é poderoso e Deus exaltou este nome sobre todo o nome - Fp.2:8.
- Tudo o que fazemos deverá ser sempre em nome de Jesus, ou seja, sob a autoridade do Senhor. - Cl.3:7
- Por causa do nome do Senhor, somos perseguidos - Jo.15:20,21
- O nome do Senhor é a arma para ser utilizada contra os demônios (cf. Mc.16:17), mas jamais poderá ser utilizado como uma "fórmula mágica", como intentaram os filhos de Cevas, mas como conseqüência de quem legitimamente pode usar este nome, ou seja, quem esteja não mais vivendo, mas Cristo vivendo nele (cf.Gl.2:20).
OBS: "Lucas mostra que a força salvífica (v.20) do Evangelho que liberta os homens não é a magia. Ao contrário, o Evangelho desmascara a arte mágica, que faz justamente o inverso: aliena o homem, inclusive aqueles que a praticam (vvv.15-16), especialmente porque nela há interesses econômicos (v.19). O que provoca a verdadeira libertação é a fé, não atos mágicos." (Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, com. a At. 19:11-20, p.1421).

ESCLARECIMENTOS COMPLEMENTARES DO TEXTO DO COMENTÁRIO DA LIÇÃO
Disputa pelo corpo de Moisés - A razão pela qual houve a luta entre Miguel e o diabo por causa do corpo de Moisés não é elucidada por Judas nem por qualquer outro texto bíblico. No entanto, a tradição judaica, presente nos comentários ao texto bíblico em aramaico (os chamados "targuns") é que nos dá conta de que o objetivo de Satanás era se utilizar do corpo de Moisés para fomentar idolatria no meio do povo de Israel, sem êxito, porém.
Exorcismo - exorcizar é o ato de expulsar os demônios por meio de preces. Assim, exorcismo é o nome dado tanto à cerimônia quanto às palavras utilizadas para a expulsão de demônios. Exorcista é a pessoa que expulsa o demônio. Desde a antigüidade e mesmo entre as religiões dos povos primitivos, sempre houve rituais e cerimônias com o intuito de afastar "maus espíritos". Isto não era desconhecido dos judeus, como nos dá conta a passagem de Atos estudada nesta lição e o próprio Jesus emMt.12:27, tendo tomado um rumo completamente místico durante a Idade Média entre os judeus dispersos. A Igreja Romana, também, acabou elaborando todo um ritual de exorcismo que, aliás, foi reformado mas mantido em janeiro de 1999.
Igreja neopentecostal - nome dado às denominações evangélicas surgidas a partir da década de 1950 no Brasil, que conferem muita ênfase à cura divina e à libertação de possessões demoníacas, sendo que, nos últimos tempos, têm aliado a esta pregação a teologia da prosperidade e da confissão positiva. São, entre outras denominações, consideradas neopentecostais, a Igreja do Evangelho Quadrangular, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo e a Comunidade Paz e Vida. 



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