quarta-feira, 29 de junho de 2016

O PROFETA OSÉIAS II

INTRODUÇÃO

Diante do exposto na lição anterior, haja vista a degradação espiritual, político-social do povo de Israel, bem como sua divisão em dois reinos, Deus pela sua infinita misericórdia, levanta seus Santos Profetas, para que anunciem não apenas o seu juízo ( cito o rei de Tiro), mas também para que anuncie sua bondade, misericórdia e redenção.

Em meio a estes, surge o profeta Oséias, filho de Beeri, (Oséias1-1), contemporâneo de Isaias e Miquéias, pregando uma mensagem dirigida ao reino do Norte, segundo alguns eruditos, acredita-se que o profeta Oséias, era oriundo do reino do norte, motivo pelo qual conhecia tão bem os problemas peculiares aquele povo.

I. PERIODO AUREO DA PROFECIA HEBRAICA

Não obstante a envolver-se em fraude, assassinato, roubo, adultério, idolatria e prostituição espiritual, o povo de Israel, especialmente a tribo do norte, pois ao longo da sua historia vimos o potencial de seus reis a inclinarem a deuses estranhos, e são considerandos como reis impiedosos, mostra que não conhece a Deus; assim, enfrentam uma prestação de contas. A idolatria de Israel, sua corrupção moral, sua tola busca de Alianças políticas com potências antagônicas, (Egito e Assíria), em vez de Confiar em Deus para ter segurança, levará à devastação do país e os Sobreviventes serem levados à Assíria. Entretanto Deus tem propósitos pré-estabelecidos para Israel, desde Abraão, Isaac e Jacó, Oséias insta-se com o povo a pedir o perdão de Deus, a oferecer os novilhos de seus lábios ( Oséias 14.1-9), e a não mais buscar proteção em alianças militares e cavalos de guerra. O retorno deles a Deus resultará em cura, em ele os amar liberalmente e numa condição próspera sob a Sua bênção. Uma das primeiras profecias de Oséias, é falar que "O Senhor tem uma contenda com os habitantes Da terra" (v.1). Deus aponta o dedo para o homem e o acusa! Essa expressão "contenda" aparece também no capítulo 12 de Oséias, em que Deus afirma que tem também uma acusação contra Jacó:(Os 12.4-6). Ele tivera uma forte experiência com Deus tanto em Betel quanto em Peniel, mas faltava-lhe a conversão! Uma experiência com Deus não é sinal de conversão! Depois daexperiência com Deus em Betel e de haver lutado com o anjo em Peniel, faltava se converter: - Oséias é o primeiro dos profetas menores. Não se sabe ao certo se ele era da tribo de Issacar ou de Rubem. Viveu em Samaria, no reino de Israel, na época dos reis Uzias, Jotam, Acaz, Ezequias e Jeroboão (esses reis eram de Judah, e não de Israel, onde vivia Oséias).
Ele deve ter vivido muitos anos, mais de 120, porque esta foi, aproximadamente, a duração do período de todos esses reinados, isto é,do ano 810 ao ano 700 antes de Cristo, aproximadamente. Pelo trono de Israel desfilaram então alguns reis indignos como Ahab, Joram, Jezebel e Atalia.
Todos estes acontecimentos foram prelúdios da grande derrota que sofreu o povo hebreu ao cair em mãos de Senaquerib e Salmanasar, que o levaram cativo para a Assíria. Começou assim o grande êxodo; os judeus choraram, se desesperaram, procuraram consolo nas palavras dos profetas, e o judaísmo, como já dissemos, ampliou seu campo. Já não era a religião dopequeno povo que vivia à margem do Jordão. O Deus dos filhos de Israel, a quem estes haviam atraiçoado e por isso sofriam o exílio, passou a ser, de Deus de um povo dolorido e prostrado, o Deus de toda a humanidade. Os exilados haviam rompido o círculo do nacionalismo e acercavam-se do universalismo; e quando por fim Ciro, destruído já o império assírio, permitiu aos desterrados que voltassem a seu país, Esdras e Nehemias trabalharam para formar novamente um povo, ao qual proporcionaram uma moral mais elevada que a anterior.

II. A POSIÇÃO DO LIVRO DE OSÉIAS NO CÂNON SAGRADO

Os profetas, que segundo a Bíblia duraram até João o batista, Foram divididos em dois grupos, os profetas menores, e profetas maiores.
As profecias de Oséias foram dirigidas ao povo de Israel, prevendo o seu cativeiro. Com afinco, ele chama a atenção do povo para as desordens que eram comuns na terra naquela época. Pois em toda a terra de Israel, o povo havia se corrompido, deixando o culto do único Deus, para adorarem aos ídolos e imagens estranhos, chamados "baalins". Oséias também falou com a mesma severidade ao povo do reino vizinho, Judah. Ele falou da invasão de Senaqueribe na terra de Judah e previu que Judah ainda iria sobreviver à destruição de Israel, e isto realmente aconteceu. - No começo do livro do profeta Oséias, nós lemos que o Senhor mandou que ele tomasse para si, por esposa, uma mulher pervertida, prostituta. Os filhos nascidos dessa união sentiriam vergonha por causa da perversão em que vivera sua mãe.
E isto representava muito claramente a situação do povo de Israel: eles haviam traído o Senhor, pervertendo-se com o culto aos ídolos, servindo-os com suas maldades. Essa infidelidade do povo para com o Senhor era uma imagem da infidelidade de Samaria e das dez tribos. Porque a nação de Israel era como que a esposa, unida ao Senhor seu Deus; mas depois essa nação se desviou vergonhosamente e foi após os falsos deuses e suas próprias maldades. Os filhos nascidos foram chamados de Jizreel (que quer dizer: "Deus dispersará"), pois o povo seria disperso para outras terras por causa de suas impiedades; os outros eram: Lo-Ruamá ("Lo"= não; "ruamá"= misericórdia), pois Deus não teria misericórdia da casa de Israel; e o último foi Lo-Ami ("Lo"= não; "ami"= povo meu), pois aqueles infiéis não eram mais o povo de Deus. Deixaram a união com a Lei e o amor de Deus e uniram-se aos males e falsidades.

O Livro de Oséias foi escrito entre 785 e 725 a.C., este livro tem 14 capítulos e 197 versículos,
Cap.2- O profeta apela ao povo para que abandone a idolatria e fala dos castigos que ameaçavam cair sobre Israel.
Fala também da restauração que Deus lhes prometia.
Cap.3- Deus oferece Sua misericórdia aos que se arrependem.
Cap.4- O profeta chama a atenção do povo por causa de seus pecados;
Eles são ameaçados com duro julgamento; fala da depravação do povo.

III - A VIDA PESSOAL DO PROFETA OSÉIAS.

Segundo o comentarista da lição em curso, "sabemos muito pouco sobre a vida do profeta Oséias", entretanto vale ressaltar, que o conteúdo de informações bíblicas que se tem catalogado a respeito deste ilustre personagem bíblico, é que nos faz refletir, pois mesmo numa época tenebrosa da qual o profeta foi uma constante, vemos que é possível manter integridade e compromisso com a palavra de Deus, que diga-se de passagem tem sido motivo de charlatanismo em muitos lugares da terra , e ainda, tem se usado-a para a proliferação de evangelhos sociais, prósperos, que nada tem a ver com as sagradas escrituras, nem tampouco fazem parte do seu canom. Nos primeiros capítulos do seu livro o profeta Oséias, fala que o Senhor mandou que ele tomasse para si, por esposa, uma mulher ímpia, mas claramente, prostituta, pervertida. Os filhos nascidos dessa união sentiriam vergonha por causa da perversão em que vivera sua mãe. E isto representava muito claramente a situação do povo de Israel: eles haviam traído o Senhor, pervertendo-se com o culto aos ídolos, servindo-os com suas maldades. Essa infidelidade do povo para com o Senhor era uma imagem da infidelidade de Samaria e das dez tribos. Porque a nação de Israel era como que a esposa, unida ao Senhor seu Deus; mas depois essa nação se desviou vergonhosamente e foi após os falsos deuses e suas próprias maldades. Os filhos nascidos foram chamados de Jizreel (que quer dizer: "Deus dispersará"), pois o povo seria disperso para outras terras por causa de suas impiedades; os outros eram: Lo-Ruamá ("Lo"= não; "ruamá"= misericórdia), pois Deus não teria misericórdia da casa de Israel; e o último foi Lo-Ami ("Lo"= não; "ami"= povo meu), pois aqueles infiéis não eram mais o povo de Deus. Deixaram a união com a Lei e o amor de Deus e uniram-se aos males e falsidades. Entretanto Oséias também transmitiu a mensagem de arrependimento. Pois assim como ele, Oséias, havia tomado para si uma mulher indigna e a tornou sua esposa, da mesma maneira o Senhor chamava de volta para Si o povo de Israel. Os que se arrependessem de sua infidelidade e voltassem, o Senhor os aceitaria novamente e os faria novamente Seu povo. A Igreja deles seria novamente a chamada "esposa" do Senhor. Veja Oséias 2:18-23. A imagem usada para representar a infidelidade de Israel era, realmente, uma imagem forte, mas era a que melhor mostrava a condição espiritual perversa do povo quando abandonou os mandamentos Divinos. Mesmo assim, a Misericórdia Divina estava sempre apelando para que eles voltassem e deixassem a sua iniqüidade. No último capítulo deste livro podemos ver as promessas de bem que o amor e a Misericórdia do Senhor fazia a Israel, aos que quisessem voltar a ter o Senhor como seu único Deus, essas promessas sempre foram uma força constante que impulsionou o povo a seguir rumo ao Senhor, mas muitas das vezes, ouviam ou viam coisas que não agradavam ao Senhor, e não obstante ao seu pecado, seguia por estas coisas, esqueciam-se do que disse o profeta.
" E ouvireis uma que por de traz de ti dirá: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita ou para a esquerda.

CONCLUSÃO

É preciso que se faça um estudo, para se ter pelo menos noção das sombras e tipologia bíblica, " Porque as coisas que se manifestam são sombras das que aconteceram no futuro", parafraseando a bíblia.

Oséias, sua vida familiar, é considerada como tipo do relacionamento entre Deus e Israel, seu povo. Deus aparece como o esposo, Israel como a esposa idolatra, rebelde, infiel, pervertida, que segue após outros deuses, desafiando a misericórdia do Senhor.

Oremos pois para que a Igreja de Cristo aqui na terra hoje, seja um contraste da historia de Israel, e que nós venhamos a adora-lo não "apenas no poço de Jacó, ou em Samaria, ou em Jerusalém", mas que venhamos a adora-lo em Espírito e em Verdade, para que se manifeste em nós a gloria de Deus, e que o sacrifício salvífico de Jesus ecoe cada vez mais forte em nossos corações, que a graça e a fé, germine abundantemente em nossas vidas levando-nos a uma dimensão de prosperidade espiritual, amplamente solidificada nos estatutos da palavra de Deus, e ainda venhamos a dizer com entusiasmo. " Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isto estamos alegres", e continuemos a servir ao Senhor, para quando ele voltar nos achar servindo assim, afinal, que daremos nós ao Senhor por todos os benefícios que nos tem feito?


segunda-feira, 27 de junho de 2016

O PROFETA OSÉIAS

A vida familiar trágica de Oséias foi uma necessidade para que o profeta pudesse ter um ministério vigoroso, pois só assim poderia ele experimentar a profundidade e sublimidade do amor de Deus para com Israel.
INTRODUÇÃO

- Oséias é considerado, na tradição judaica, como o primeiro dos "profetas canônicos", ou seja, o mais antigo dos profetas que deixaram registradas por escrito as suas profecias. Embora esta consideração tradicional tenha sido desmentida pelos estudiosos, que vêem Jonas e Amós anteriores a Oséias, isto não deixa de ser um indicativo do vigor que se atribui à mensagem de Oséias.

- O ministério de Oséias representa um contraste que não é difícil, é até compreensível, diríamos mesmo uma necessidade nos verdadeiros servos de Deus : uma vida material difícil e tumultuada, mas que, ao invés de ser uma demonstração de derrota e desencanto, apresenta-se como uma manifestação da glória de Deus -Mt.5:16.

I. O PERÍODO ÁUREO DA PROFECIA HEBRAICA

- No período em que Oséias profetizou, tem início o auge do ministério profético em Israel, precisamente a época dos "profetas canônicos" ou "profetas literários", que somente findaria, após o retorno do exílio, com Malaquias. Mais um contraste: enquanto o povo caminha rapidamente para a apostasia, Deus Se revela de forma esplendorosa através destes servos de Deus. É, precisamente, o retrato dos últimos dias de nossa dispensação: ao lado da apostasia cada vez maior (cfr.Mt.24:10-12; ITm.4:1-3; I Jo.2:18,19), o Espírito Santo está, como nunca, operando através da Igreja(Mt.24:14; ITm.4:6-16; I Co.2:9-16; IJo.2:20-29).

OBS: "...A partir de meados do século VIII a.C. e prosseguindo até o período pós-exílio, os oráculos de um pequeno número de profetas, primeiro em Israel e depois em Judá, foram coligidos e passados às gerações posteriores em forma escrita...Eles são conhecidos como profetas 'de escrita' ou 'literários', o que pode levar a erro, pois os oráculos eram quase sempre transmitidos oralmente, e depois escritos por seguidores; o termo 'clássicos' refere-se à posição preeminente desses livros na história do judaísmo, sua excelência literária e caráter seminal....Ao contrário dos profetas populares, tais como Elias e Eliseu, os profetas clássicos de modo geral não profetizavam individualmente. Suas falas eram dirigidas ao povo como um todo por sua responsabilidade coletiva ante YHVH...eram pregadores não solicitados e impopulares, não raro perseguidos pelas autoridades. Largamente incompreendidos, pareciam sentir-se eles próprios fracassados...Não obstante, os primeiros profetas clássicos tiveram impacto e, com o correr do tempo, tiveram larga influência sobre o judaísmo e a civilização ocidental..." (JUDAICA, v.1, p.70)

- São profetas contemporâneos de Oséias: Isaías, que foi o maior revelador do Messias para o povo judeu, a ponto de seu livro ser chamado, pelos estudiosos da Bíblia, de "o evangelho do Antigo Testamento"; Miquéias, outro profeta que foi especialmente usado por Deus para revelar o Messias; Amós, que denunciou, ao lado de Oséias, o pecado no reino do norte(embora fosse do reino do sul).

OBS: "...A profecia clássica também merece ser chamada literatura porque esses profetas eram bons poetas. A improvisação poética perante ouvintes era antiga prática usual e Israel tinha uma desenvolvida tradição de salmos e outras formas que punham à disposição dos profetas muitos elementos e técnicas literárias. Os oráculos eram proferidos em forma de lamentações, enigmas, julgamentos, diálogos dramáticos, canções de escárnio e combinações desses gêneros. Os profetas exploravam com grande flexibilidade todos os recursos do paralelismo poético para extrair o significado de um verso com contrastes irônicos e crescendos dramáticos. Empregavam símiles, metáforas, jogos de palavras, personificação e outras figuras de linguagem, transformando aspectos concretos do meio e sistema social israelita em símbolos de experiência e aspiração religiosas universais..."( JUDAICA, v.1, p.70)

II. A POSIÇÃO DO LIVRO DE OSÉIAS NO CÂNON SAGRADO

- Denomina-se "cânon" ao conjunto dos livros que os estudiosos judeus e, mais tarde, os estudiosos cristãos, consideraram como sendo livros inspirados pelo Espírito Santo. O "cânon" do Antigo Testamento (na verdade, o "cânon judaico", pois para os judeus não há dois testamentos) foi definido por volta do século I de nossa era, mas começou a ser fixado desde o século VII a.C., quando foi compilado o Pentateuco.

- Oséias é o primeiro dos livros dos chamados "Profetas Menores", assim denominados pela pequena extensão de suas obras, livros que foram reunidos em um único livro na Bíblia judaica, o "Dodecapropheton" (doze profetas, em rego), como ficou conhecido o livro na versão grega (a Septuaginta).

- O conteúdo do livro do profeta Oséias foi anunciado no esboço nº 1, a quem remetemos os leitores.

III. A VIDA PESSOAL DO PROFETA OSÉIAS

- Oséias significa "salvação", sendo a mesma raiz da palavra Josué e Jesus, portanto. Aliás, o nome de Josué era Oséias(Nm.13:8; Dt.32:44).

- Pouco se sabe sobre a vida deste profeta, havendo quem identifique seu pai como sendo um príncipe rubenita (cfr. Os.1:1 e ICr.5:6), o que, entretanto, é mera especulação.

- Também há quem defenda que Oséias teria sido padeiro (cfr. Os.7:4-9) (posição de N.H. Snaith), o que é refutado por muitos, pois o livro demonstra que Oséias teve excelente educação, o que seria incompatível com o exercício de uma profissão humilde como a de padeiro.

IV. O ESTRANHO CASAMENTO DE OSÉIAS

- Fator que tem causado celeuma entre os estudiosos da Bíblia é a história do casamento de Oséias com uma prostituta, que é o fato que dá início ao livro deste profeta. Muitos não aceitam que um homem de Deus pudesse se casar com uma prostituta e, por isso, interpretam este texto como sendo uma alegoria ou procuram explicações, das mais variadas. Além das mencionadas pelo comentarista, podemos, ainda, mencionar as seguintes:
a) que entende que Oséias teria recolhido Gomer como uma de suas concubinas, como entendeu Tomás de Aquino, mas que, igualmente, não pode ser levada em consideração, pois não há qualquer elemento no texto que permita tal indução.

b) que entende que a mulher mencionada no capítulo terceiro de Oséias não é Gomer, mas outra mulher, uma segunda esposa, daí porque teria sido segregada antes da união com o profeta( cfr.Dt.21:15-17). É a posição de Snaith. É, todavia, uma interpretação que não explica a aplicação do caso concreto às profecias que estarão na seqüência do livro.

c) que entende que Oséias teria sofrido de 'obsessão do sexo' em sua juventude e, por isso, teria se casado com uma prostituta, o que seria 'uma ilustração da luta entre a obsessão subsconsciente e a pureza do pensamento consciente, o que resultou no fato de ele ver-se envolvido naquilo que mais aborrecia' (Oesterley e Robinson). Entretanto, Heavenor, que é quem apresenta esta posição no Novo Dicionário da Bíblia(edição em um só volume, p.1159), considera-a "uma ilustração de como se pode enxertar as categorias do moderno estudo psicológico no texto da Bíblia", dizendo não haver a menor evidência no livro do profeta desta suposta obsessão, sendo que o desgosto do profeta com as extravagâncias sexuais de Israel era tipificamente profética, ou seja, fazia parte da própria mensagem dada por Deus a Israel, nada mais sendo do que a condenação da idolatria reinante.

d) que entende que Gomer teria sido uma prostituta cultual, ou seja, uma mulher que se dedicava à prostituição nos cultos de fertilidade de Baal e Asera, que resolvera abandonar este modo de vida e se casar com Oséias mas que, posteriormente, não resistiu e retornou à vida antiga.

OBS: "...Há forte probabilidade de que Gomer não fosse prostituta por ocasião de seu matrimônio, tendo posteriormente se voltado ao adultério e à imoralidade, talvez como prostituta no templo de Baal. Ao abandonar ao Senhor, ela não somente foi levada à adoração falsa, mas também ao rebaixamento dos padrões morais. Hoje se pode ver o mesmo padrão de vida imoral sempre que o povo de Deus se desvia da genuína dedicação ao Todo-Poderoso..."( Bíblia de Estudo Pentecostal, nota aOs.1:1, p.1273)

- O que existe, de pronto, é um dogmatismo, ou seja, um preconceito de estudiosos da Bíblia que vêem no histórico do casamento de Oséias uma ofensa a princípios que, na verdade, não foram inobservados. Deus mandou que Oséias se casasse com Gomer, mas isto não era pecado, pois não mandou que fornicasse ou se prostituísse com a mulher, mas que com ela se casasse. Neste casamento, não havia, portanto, já que não conste que Gomer fosse casada, qualquer pecado. Raabe, outra meretriz mencionada na Bíblia, consta, inclusive, da genealogia de Jesus(Mt.1:5).

- Não é por isso, entretanto, que iremos dizer que um cristão possa se casar com uma prostituta, se esta não deixou sua vida de pecados, pois não pode haver, entre nós, o jugo desigual, visto que não há comunhão entre a luz e as trevas - II Co.6:14-18.

- Oséias recebeu um mandado divino para se casar com Gomer, que, certamente, deixou a vida de prostituições, embora, pouco depois, retornasse a esta vida, tudo isto com um propósito: o de demonstrar a infidelidade espiritual de Israel bem como o grande amor de Deus.

- Oséias foi o primeiro profeta a figurar o relacionamento de Deus com o Seu povo com o casamento, o primeiro a apresentar como base do relacionamento entre Deus e o homem como sendo o amor, o que, posteriormente, seria largamente utilizado para se referir tanto a Deus com Israel, como entre Cristo e a Igreja (cfr.Ef.5:22-32, Ap.19:7;22:17)

OBS: "...Oséias foi o primeiro profeta a fazer largo uso do adultério como metáfora da infidelidade de Israel a YHVH. A infiel mulher de Oséias é apresentada duas vezes (caps.1 e 3) como símbolo alegórico do afastamento do povo da religião. YHVH é o marido enganado; Israel é a adúltera que deve ser punida por ingratidão. O povo busca outros 'amantes', os Baals (deuses cananeus), atribuindo-lhes a fertilidade na agricultura e outros favores concedidos pelo próprio YHVH..."(JUDAICA, v.1, p.75)

- Os filhos deste trágico relacionamento também receberam nomes proféticos, a saber: Jezreel, que quer dizer, "Deus espalhará". Era o anúncio do término da dinastia de Jeú, que se consolidara em Jezreel , mas sem que houvesse observância da palavra do Senhor. Não só a dinastia, mas o próprio reino seria destruído não muito tempo depois da queda desta casareal(Dt.28:62-68); Ló-Ruama, que quer dizer "não compadecida", demonstra que o povo de Israel seria destruído sem compaixão de Deus, visto que não atendera ao seu chamado para oarrependimento(Ex.33:19; Rm.9:15,16); Ló-Ami, que quer dizer "não-meu-povo", apontava para o término do pacto entre Deus e Israel, em virtude da infidelidade, a prenunciar o surgimento de um novo povo que passaria a ter a bênção de Deus (cfr.Mt.21:33-46; Jo.1:11-13;Rm.9:24-33).

OBS: "...Os filhos de Oséias recebem nomes simbólicos. O primeiro, 'Jezreel', é assim chamado pelo lugar em que Jeú massacrou a família do rei Acab(2 Reis 10:11), feito violento que o profeta presumivelmente desaprova. O segundo, 'Sem Misericórdia', significa que Deus já não pode amar seu povo'; o terceiro, 'Não meu povo', é expressão da total condenação de Deus..." (JUDAICA, v.1, p.75).
"...Acredita-se que o terceiro filho de Gomer, um menino chamado 'Lo-Ami' (que significa 'não meu povo') não fosse de Oséias. O nome da criança simbolizava a quebra do relacionamento pactual em conseqüência da contínua rebelião contra Deus mediante a idolatria. O povo do Reino do Norte já não poderia esperar que Deus oabençoasse e o livrasse de seus adversários. Oséias estava aprendendo, através de sua própria angústia, sobre como se achava o coração de Deus por causa dos pecados do povo."( Bíblia de Estudo Pentecostal, nota a Os.1:9, p.1273)
"...Notar a progressão nos três nomes: 'Jezreel', julgamento ativo; 'Lo-Ruama', passiva tolerância'; 'Lo-Ami', sem relacionamento." (Bíblia de Estudo Plenitude, nota a Os.1.9, p.853)

- Este episódio nos mostra, com absoluta clareza, que o fato de Deus ser bom, amoroso e misericordioso, em nada altera o caráter de Deus como um Ser justo e que executa juízo sobre os impenitentes. Deus é amor, mas também é justiça. Deus ama o pecador, mas abomina o pecado e não tem o culpado por inocente. Por isso, agora, na dispensação da graça(Ef.3:1-12), oferece uma tão grande salvação na pessoa de Jesus Cristo, imerecida mas resultado de seu grande e imensurável amor(Jo.3:16; Rm.8:35-39;Ef.3:14-19; Lc.4:14-21). Entretanto, depois de passada esta oportunidade, haverá o juízo de Deus, sem misericórdia, aos que rejeitarem a Jesus(Is.61:2b; Mt.25:11,12,30,41-46;Hb.2:1-4; Ap.6:16,17;11:18; 14:7-10;15:1).

OBS: "...O nome 'Lo-Ruama' (lit. 'não é compadecida' ou 'ela não recebe compaixão e amor') significa que Deus, em Sua santidade, declarara ter chegado a hora de cessar a sua longanimidade e acionar a Sua justiça. O juízo finalmente teria de vir contra o povo pecaminoso e rebelde." (Bíblia de Estudo Pentecostal, nota aOs.1:6, p.1273)


domingo, 26 de junho de 2016

DIFERENTES RELIGIÕES

O que é Ortodoxia:

Ortodoxia é a condição de cumprimento absoluto com todas as decisões, preceitos e ideais de certo padrão ou dogma considerado tradicional, de modo rigoroso e rígido.
Para os pensadores ortodoxos, a visão apresentada pela ortodoxia é tida como a única correta, pois seria baseada em princípios metafísicos e científicos.
Este termo é normalmente associado à uma doutrina cristã, que é caracterizada por seguir rigorosamente todas as normas tradicionais da igreja.
No entanto, a ortodoxia pode ser interpretada a partir de um ponto de vista pejorativo, quando passa a ser uma doutrina ou comportamento que nega a adaptação as realidades alheias ou ao que é novo. 

Ortodoxia econômica

A economia ortodoxa é um modelo de pensamento econômico presente nos estudos relativos a esta ciência.
A ortodoxia econômica é aquela que segue todos os ideais e teorias clássicas da ciência econômica, aplicando apenas aquilo que segue os ensinamentos catalogados.
A chamada economia heterodoxa, por sua vez, é o modelo de pensamento antagônico à economia ortodoxa.
Os heterodoxos não se limitam apenas às teorias clássicas e neoclássicas, mas também fazem experimentações e partem de pressupostos keynesianos ou marxistas, por exemplo.

Igreja ortodoxa

A Igreja Ortodoxa, também conhecida por Igreja Ortodoxa Oriental, é considerada uma igreja cristã, assim como a católica, no entanto ambas se diferenciam pela postura mais rigorosa, rígida e, às vezes, severa da ortodoxa.
Saiba mais sobre o significado de Igreja Ortodoxa

Ortodoxia e Ortopraxia

A ortodoxia é a ideia da crença ou religião correta, enquanto que ortopraxia seria a prática correta de uma crença.
Etimologicamente, ortopraxia se originou a partir da junção dos termosórthos, que significa “reto”, e praxe, que quer dizer “prática”.

O que é Igreja Ortodoxa:
A Igreja Ortodoxa é uma igreja cristã, considerada, com uma doutrina semelhante à da Igreja Católica, mas como o termo mesmo diz, possui uma doutrina mais reta, mais rígida.
A ortodoxia é a corrente doutrinal que declara que representa a visão correta, fundada em princípios sistemáticos (metafísicos) e científicos. O contrário é a heterodoxia.
Os cristãos ortodoxos, por força da denominação, são os que professam toda a doutrina da fé cristã de acordo com o magistério da Igreja. Se apoderaram, porém, da designação da Igreja bizantina depois do cisma que os opôs a Roma (nos séculos IX e XI) ao se arvorarem em depositários da fé verdadeira em oposição à Igreja latina. Ficaram, por isso, a ser denominados ortodoxos os cristãos da Europa Oriental, que se mantêm separados da Igreja Católica Romana.
A Igreja Ortodoxa se vê como a verdadeira igreja criada por Jesus Cristo, além de não reconhecerem o Papa como autoridade. Para os cristãos ortodoxos, como são chamados, não existe purgatório e não acreditam na virgindade de Maria após a concepção. Na Igreja Ortodoxa, os padres são liberados para o casamento, desde que este tenha ocorrido antes da sua conversão, e apenas os bispos são obrigados a manter o celibato.
No século XI, no ano de 1054, houve um cisma entre as Igrejas Cristãs, dividindo-as entre o Catolicismo, e Igreja Ortodoxa. Os cristãos ortodoxos não aceitam os dogmas católicos, e nem consideram válidos os sacramentos. A Igreja Ortodoxa chegou ao Brasil no ano de 1904, e a primeira instituição foi criada em São Paulo, em 1954.
A maior autoridade na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, desde a fundação até os dias atuais. As igrejas ortodoxas mais importantes são a Igreja Ortodoxa Grega e Igreja Ortodoxa Russa.
IGREJA MESSIANICA
A Igreja Messiânica Mundial foi fundada no Japão em 1º de janeiro de 1935 por Mokiti Okada, chamado pelos messiânicos Meishu-Sama, que, em português, significa “Senhor da Luz”. No Brasil, a Igreja foi introduzida em junho de 1955 e, atualmente, possui 509 unidades denominadas Johrei Centers, com cerca de dois milhões e meio de messiânicos entre ministrantes de Johrei e simpatizantes, e filiais em mais de 70 países.
O objetivo principal da Igreja Messiânica é a construção do Paraíso Terrestre – um mundo isento de doença, miséria e conflito – criando e difundindo uma civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material. Tem no Johrei o seu principal instrumento de difusão religiosa e atua em áreas distintas como arte, educação, cultura e meio ambiente.
Para a concretização do Mundo Ideal, onde haja Verdade-Bem-Belo, os messiânicos se empenham para fazer sempre o melhor, difundindo e trabalhando incansavelmente na busca do equilíbrio de cada indivíduo, por meio do Johrei, cultos, palestras e trabalhos voluntários.
Mais do que uma simples religião, a Igreja Messiânica acredita no seu papel de ultrarreligião devido às suas várias atividades realizadas em parcerias com instituições que desenvolvem trabalhos embasados nos ensinamentos de Meishu-Sama. São eles: Fundação Mokiti Okada; Centro de Pesquisa Mokiti Okada; Ikebana Sanguetsu; Faculdade Messiânica; Korin Agropecuária Ltda.; Korin Meio Ambiente; Korin Construtora Novo Mundo e Korin Alimentação.
Meishu-Sama, seguindo o exemplo da natureza, em que tudo se desenvolve a partir de uma pequena forma ou de um pequeno modelo, iniciou, em 1945, no Japão, a construção de protótipos do Paraíso Terrestre os quais chamou de Solos Sagrados. No Brasil, possuímos um Solo Sagrado localizado em São Paulo, às margens da represa de Guarapiranga Inaugurado em 1995, é considerado um dos maiores e mais belos parques de contemplação da natureza existentes no País, sendo frequentado por pessoas de diversas instituições públicas, privadas e religiosas.

O que é Igreja Católica:

A Igreja Católica, também conhecida como Igreja Católica Apostólica Romana é uma igreja fundada de acordo com os ensinamentos de Jesus Cristo e que tem o apóstolo Pedro como figura de destaque, pois foi através dele que a Igreja começou a ser edificada (Mateus 16:18).
É una, santa, católica (universal) e apostólica e como sacramento único de salvação, por vontade de Cristo, tem como característica a indefectibilidade (subsistirá até o fim do mundo) e a infalibilidade.
A Igreja Católica considera-se a única Igreja de Cristo e por isso se chama católica. É constituída por igrejas particulares ou dioceses, sendo cada uma destas confiada a um bispo em comunhão  com o sucessor de Pedro (o Papa ou vigário de Cristo). Encontram-se em comunhão com a Igreja católica os batizados que estão unidos com Cristo no Seu corpo visível pelos vínculos da fé, dos sacramentos e da disciplina eclesiástica.
Para a Igreja Católica o Papa, Bispo de Roma que reside no Vaticano, é o representante visível de Cristo na terra e a cabeça visível da Igreja. Como sucessor do chefe dos apóstolos, Pedro (sucessão apostólica), o Papa é o legítimo detentor da suprema autoridade hierárquica da Igreja.
Sinal visível da união de Deus com os homens, a Igreja Católica é um organismo visível, instituído, portanto como sociedade governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em união com ele. Eles têm uma tríplice missão ou múnus: sacerdotal, profética  (de magistério) e pastoral.
A Igreja Católica, devido aos ritos litúrgicos e à disciplina eclesiástica, é dividida em Igreja latina e Igreja oriental.

Igreja Católica Brasileira

Na expansão ultramarina portuguesa, os reis portugueses buscaram o apoio da Igreja para a evangelização das terras descobertas. Assim, o Cristianismo foi implantado no Brasil, em África, na Índia, no Japão e na China.
A Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB) é uma igreja Cristã  cismática fundada em 1945 pelo Bispo de Maura, D. Carlos Duarte Costa. Antes dele, tentaram a sua instalação o cônego Amorim, de Itapira (S. Paulo), em 1914, e D. Salomão Ferraz, em 1936.
A sua fundação deve-se em exclusivo à recusa em submeter-se ao Papa e à disciplina eclesiástica, nomeadamente quanto ao celibato do clero. A sua projeção na vida nacional é diminuta.

Igreja Católica Carismática

A Igreja Católica Apostólica Carismática é uma igreja que apresenta várias diferenças em comparação com a Igreja Católica Apostólica Romana. A Igreja Carismática não tem os sete sacramentos que a Apostólica Romana e o Papa não é o líder supremo da Igreja. No caso da Igreja Carismática, a confissão não é um sacramento.
Os bispos, padres e diáconos da Igreja carismática podem casar, ao contrário do que acontece na Igreja Católica, devido ao celibato. Segundo a Igreja Carismática, o purgatório não existe, e por esse motivo os mortos não precisam de oração. Outra diferença entre as duas igrejas é que na Igreja carismática, os métodos contraceptivos são permitidos.

O que é Igreja Pentecostal:

Igreja Pentecostal é um movimento cristão protestante que dá grande relevo ao Dia de Pentecostes e que apresenta algumas diferenças em comparação com outras denominações.
O movimento pentecostal começou em 1906, em Los Angeles, quando William J. Seymour pregou, dando origem ao Avivamento da Rua Azusa. Os elementos da Igreja Pentecostal consideram o batismo no Espírito Santo essencial no caminho da salvação. O batismo no Espírito é um fenômeno carismático caracterizado pela glossolalia, conhecido como dom de línguas (1 Coríntios 12:10).
O pentacostalismo se propagou muito rapidamente nos Estados Unidos através da Church of God in Christ, e evoluiu bastante principalmente dentro da comunidade afro-descendente. Além disso, as Assembleias de Deus ficaram muito populares no Chile, Brasil, Indonésia e África do Sul. A partir de 1945 foram organizadas grandes missões populares, onde pregadores utilizavam recursos técnicos avançados. Muitas dessas igrejas marcam presença na Conferência Mundial Pentecostal, que acontece a cada três anos desde 1949 em diferente cidades do mundo.
O termo pentecostal tem origem na palavra Pentecostes, que é uma festa cristã que ocorre 50 dias depois da Páscoa, encerrando o ciclo das festas. Comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, onde surgiram "línguas de fogo" sobre a cabeça dos apóstolos, sendo que as pessoas que receberam o Espírito Santo começaram a falar em línguas. Este episódio é descrito em Atos dos Apóstolos 2:1-13.
As igrejas pentecostais são muitas vezes conhecidas como igrejas carismáticas, porque revelam manifestações do Espírito Santo.
Algumas das principais diferenças entre a igreja Pentecostal e Batista é que a Pentecostal acredita que o dom de línguas é para qualquer pessoa que tem o Espírito Santo, enquanto os Batistas acreditam que o Espírito Santo capacita cada discípulo com pelo menos um dom que deve ser usado para a edificação da Igreja.
Os batistas (históricos) acreditam que o batismo no Espírito acontece juntamente com a conversão (aceitar Jesus como Senhor e Salvador) e não há manifestação exterior; os batistas independentes acreditam que a pessoa recebe o Espírito Santo no momento da conversão ou depois e pode ser acompanhado com a manifestação de um dom (como o dom de línguas); os pentecostais acreditam que o batismo no Espírito e a conversão são acontecimentos distintos que podem não acontecer em simultâneo, havendo sempre a manifestação pelo dom de línguas.
Algumas das igrejas pentecostais mais conhecidas no Brasil são: Igreja Pentecostal de Jesus Cristo, Igreja Pentecostal Deus é Amor, etc.

O que a igreja anglicana se difere da igreja católica?

A Igreja Anglicana surgiu em 1534 quando o rei Henrique VIII da Inglaterra, que era católico, rompeu, com o Papa e com a Igreja católica, pelo fato do Papa não autorizar o seu divorcio com Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena. O Rei fez o Parlamento ingles declara´lo o único chefe da Igreja na Inglaterra. Até hoje é assim. Esta Igreja se tornou protestante. 
Porém existe ramificações Anglicanas independentes. Eles se consideram católicos reformados porque não querem ser totalmente separados da Igreja descendente dos apóstolos. Eles preservam muito da fé católica e apostólica da qual não querem se afastar. A Igreja Católica respeita muito a Igreja Anglicana e vice-versa
Existem 2 igrejas anglicanas, a High Church que é a Igreja da Rainha e do Arcebispo da Cantuaria, a Igreja dos nobres e a que foi criada por Henrique 8 e , meio protestanizada pela Elizabeth I. E a Low Church, que é por exemplo a Igreja Episcopal americana e as varias igrejas nacionais dos paíeses de colonização inglesa. 
A High é bastante parecida nos ritos e simbolos com a catolica, os bispos usam mitra, existe a missa e a eucaristia como presença real, existem alguma imagens de santos, principalmente de Cristo, Maria e os Apóstolos, que são santos para eles,com direito a intercessão e festa. 
Mas seguem o livro de orações do tempo de Eduardo VI e não admitem a primazia do papa, o celibato dos padres etc. 
A igreja anglicana é muito diversificada, em muitos paises ela tende mai spar ao catolicismo romano e em outras se amarram no calvinismo. 
Existe hoje na Igreja Alta um forte movimento de reunificação com Roma, principalmente por parte do clero e dos fieis mais sérios que não admitem varias inovações que a igreja anglicana adotou como o sacerdocio feminino e a ordenação de bispos e padres e mulheres declaradamente homossexuais. 
Porem persiste uma proibição da Igreja catolica, dos tempos do papa Leão XIII, que não considera ter havido continuidade de sucessão apostolica na Igreja da Inglaterra pós reforma, visto que os bispos catolicos que aderiram á Igreja do Rei foram excomungados. 
Mas dentro do ecumenismo eles estão mais proximos de nós que os ortodoxos. 
Nas cerimônias do Vaticano, quando está presente um bispo ortodoxo e o arcebispo de Cantuaria, esse tem prevalência sobre o patriarca ortodoxo, e se sent aao lado direito do papa. 
São sinais de aproximação. 
Eles ja aceitaram todos os dogmas da Igreja, inclusive os marianos, só não aceitam o papa como sucessr de Pedro e infalível.


Uma Igreja Apostólica 
Os Apóstolos, como bons pescadores que são,
sabem como manter as redes em bom estado

Leia os Seguintes Capítulos em Sua Bíblia
II Coríntios 10 e 11
Estes São os Versículos para Serem Memorizados
Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; Efésios 2:19-20.
Depois Fale Sobre Isto
As igrejas contemporâneas poderiam um dia ser restauradas ao modelo de ministério apostólico do Novo Testamento?
Atividade Para Ser Realizada Antes da Próxima Vez
Seja apostólico, saia em grupo para qualquer lugar, como uma aldeia, escola ou penitenciária onde o evangelho ainda não penetrou, e apresente o plano da salvação de Deus.
Trabalho Escrito Para O Diploma
Descubra como outras igrejas e denominações atualmente são governadas, e escreva os exemplos em base bíblica.
Medite Sobre Estes Versículos Palavra Por Palavra
I Tessalonicenses 1:7-8

Separe um Minuto para Mudar o Mundo
Ore pelo Uzbequistão – 24.000.000 em muitos grupos étnicos
68% de muçulmanos, 4% Ortodoxos, capital islâmica da Ásia Central.
História longa, independência recente.
 

 
Certifique-se de ensinar esta lição às outras pessoas.
Ore e prepare-a bem, adicionando seus próprios
versículos e histórias para dar vida à lição.  

Por todo o Novo Testamento, encontramos apóstolos mencionados cerca de 80 vezes, então obviamente, na igreja primitiva eles eram pessoas chave, de fato:
Os apóstolos são os ‘primeiros’ na Igreja, I Coríntios 12:28.
A Igreja está construída sobre a fundação dos apóstolos e dos profetas. Efésios 2:20.
Os apóstolos e os profetas têm revelação e visão especial de Deus. Efésios 3:5, Judas 17.
As igrejas deveriam ter seus próprios apóstolos. II Pedro 3:2.
Mas os apóstolos são para hoje ou eles estiveram lá, no início, para estabelecer o movimento cristão? Se eles são para hoje, quem são eles e o que fazem?
O Que Fazemos?
Somos hoje guiados com freqüência por administradores ou pastores talentosos, mas se apóstolos ainda são os ‘primeiros’ na Igreja e um de seus alicerces, o que deveríamos fazer?
O Que É Um Apóstolo?
A palavra significa um mensageiro, preparado para fazer uma missão de Deus. Não é uma patente, mas um chamado, um dom e uma função como nenhuma outra na Igreja.
Apóstolos No Novo Testamento
Jesus, acima de todos, Hebreus 3:1.
Os 12 apóstolos originais do Cordeiro, Marcos 3:14-16, Atos 1:26; Apocalipse 21:14
O dom dos apóstolos, Efésios 4:11; pessoas como Paulo, Tiago, Barnabé, Timóteo, Silas, Andrônico e Júnias.
A Bíblia não diz que eles foram somente para o primeiro século. O fato de que Cristo deu os apóstolos para a Igreja fazer uma obra, ela está longe de ser completa, Efésios 4:12-14, é uma evidência suficiente de que hoje os apóstolos são ainda urgentemente necessários, assim como todos os outros dons mais familiares. Efésios 4:11.
O Que Um Apóstolo Faz?
Nem todos os apóstolos fazem tudo que está no Novo Testamento, mas a função apostólica inclui:
Promover o evangelho, por exemplo, as muitas viagens de Paulo, e a visita de Pedro às dependências proibidas de uma casa e família gentílicas, Atos 10.
Alcançar os povos não alcançados, Romanos 15:20
Fazer com que novo evangelismo seja realizado, Atos 19: 10
Fazer com que novas igrejas sejam plantadas, como Paulo fez por toda a Europa Meridional.
Ser um mestre de obras sábio, sabendo o que fazer, I Corinthians 3:10, 5:3; 6:4; 7:1, 8:1.

Os apóstolos Assentam Sólidos Alicerces
De Cristo, I Coríntios 3:11
De vida no Espírito, Atos 19:1, 8:14-17
De obediência a Deus, Romanos 1:5
De ensino sólido, Efésios 3: 2-21
De bons líderes, Atos 14:23, Tito 1:5

Sendo um pai e uma mãe para as igrejas novas, encorajando através de cartas e visitas, mas nunca dominando, II Coríntios 11:28; I Tessalonicenses 2:7,11.
Desafiando as tradições pouco prestativas, como fez Paulo quando resistiu até a Pedro, Gálatas 2: 11-14
Viajando para unir o Corpo, como fez Paulo ligando Jerusalém, Antioquia e as novas igrejas através de seu relacionamento.

Demonstrando amizade e lealdade de longo prazo, trabalhando através dos relacionamentos, não das estruturas e patentes, I Tessalonicenses 1:5-7, 2:8; Filipenses 1:8, 4:10, 14-15; Atos 20:31, 18:11.
Como Sabemos Quem É Um Apóstolo?
Os apóstolos são chamados por Deus, e sabem disso, assim como as pessoas. Eles podem reconhecer o seu chamado, mas eles não têm necessidade de anunciar sua posição como uma patente, porque não é, ao contrário, é uma posição de alto serviço. Veja as saudações de Paulo, que começam a maioria de suas epístolas, e vejam também que os apóstolos:
  • São reconhecidos pelos líderes de outras igrejas, Atos 15: 2, 4
  • Servem e demonstram a evidência de seu chamado, não através de uma personalidade forte e controladora, mas através da manifestação contínua do poder do Espírito, II Coríntios 11:6-13
  • Têm pessoas como prova viva de seu ministério II Coríntios. 3:2-3
  • São ungidos com poder para ministrar, II Coríntios 12:12.
  • Provaram a Deus por eles mesmos e uma história de perseverança através da provação e da oposição, II Coríontios12: 7-10; I Coríntios 4: 9-13
Os Apóstolos Também Precisam de Uma Casa
Os apóstolos no Novo Testamento são sempre vistos trabalhando em grupos missionários ou com os anciãos da igreja em sua base apostólica natal. Vejam Atos 15 e a lição 12.
O Que É Uma Base Apostólica?
É a igreja modelo, onde os apóstolos, os grupos e as pessoas se reúnem por Jesus e uns pelos outros. É uma base de lançamento e um centro de recursos humanos, financeiros e de materiais para missões. É um lugar de comunhão, renovo, responsabilidade e apoio para pessoas apostólicas, mas nunca um ministério piramidal comandado por um ‘super-apóstolo’. Somente quando o grupo de Paulo estava longe de sua base em Antioquia, apoiou e governou a si mesmo. Atos 14: 26-28
Base Apostólica Na Bíblia
Jerusalém, Antioquia, Éfeso, Tessalônica, foram muito mais do que igrejas locais. Tipicamente tinham o ministério na atividade do Espírito Santo, oração, evangelismo, profecia, conferências doutrinais e comunhão. Elas lidavam com desafios legais, perseguições, estratégias e grupos apostólicos enviados e ajuda ao mundo judaico, em Samaria e para as nações.
É importante que os apóstolos aprendam em casa e distribuam as lições aos outros. É em uma base apostólica que se deve realizar um exame e é o local para o qual o grupo deve apontar, para o qual as pessoas são convidadas para aprenderem, e do qual se sinta orgulho.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

A INSTABILIDADE POLÍTICA E RELIGIOSA DE ISRAEL

Oséias inicia seu ministério no reinado de Jeroboão II, o terceiro rei da dinastia aberta por Jeú, num período de relativa prosperidade material, mas que era enganosa, visto que se estava para iniciar um período de graves crises políticas que levariam à destruição completa do reino do norte quarenta e um anos e sete meses após a morte de Jeroboão II. Este estado de coisas mostra a dificuldade do ministério de Oséias e de sua mensagem, que foi pregada em meio a um país corrupto, idólatra e violen


A) INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE

Neste trimestre, estudaremos o primeiro dos livros do grupo denominado de "Profetas Menores", no Antigo Testamento, a saber, o livro do profeta Oséias. Aliás, na Bíblia judaica, todos os profetas menores se encontram reunidos em apenas um livro, denominado na versão grega (a Septuaginta) de "Dodecapropheton", ou seja, doze profetas.
Oséias é colocado em primeiro lugar na ordem destes livros pois foi considerado como sendo o mais antigo dos chamados "profetas canônicos", i.e., dos profetas que deixaram escritos inspirados, idéia, entretanto, que tem sido contestada pelos estudiosos da Bíblia, que entendem que Jonas e Amós lhe foram anteriores.
Oséias, ao lado de Jonas, é dos únicos profetas canônicos que são considerados como oriundos do reino do norte, o reino de Israel, formado pelas dez tribos que se separaram do governo da família de Davi após a morte de Salomão(I Rs.12:1-25). As dez tribos que se separaram foram: Ruben, Simeão, Issacar, Naftali, Efraim, Manassés, Gade, Dã, Aser e Zebulom.
O ministério de Oséias foi um dos mais longos registrados na Bíblia Sagrada, pois se desenvolveu durante o reinado de Jeroboão II, o terceiro rei da dinastia inaugurada por Jeú(II Rs.9), cujo reinado durou quarenta e umanos(II Rs.14:23) e até os dias de Ezequias, rei de Judá, que começou a reinar trinta e cinco anos e sete meses depois da morte de Jeroboão II (cfr. II Rs.15:8,13,17,23,27,30 e18:1), ou seja, a duração de seu ministério está entre trinta e cinco anos e sete meses até setenta e seis anos e sete meses.
A mensagem de Oséias é contundente e denunciadora do desvio espiritual existente no reino de Israel (o reino do norte) e a iminente destruição deste país, caso não houvesse arrependimento. Assim, ao mesmo tempo em que se denuncia o pecado do povo, Deus, através de Seu profeta, demonstra o propósito de restaurar Israel.
Lamentavelmente, as dez tribos não se arrependeram e a Assíria acabou por destruir, para sempre, o reino do norte no sexto ano do reinado de Ezequias, rei de Judá (cfr. II Rs.17).
"...Oséias, porém, não é só um acusador, mas também anuncia o amor fiel e misericordiosos de Deus para com Seu povo, se este se converte e volta a conhecê-lO. Para o profeta, o conhecimento de Deus não é uma atitude intelectual, mas uma adesão amorosa, através de uma prática que corresponda ao projeto de Deus, elaborado no deserto por ocasião do êxodo..." (Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, p.1166).
"...Os seus temas (do livro de Oséias, observação nossa) são: o pecado da nação de Israel, a necessidade de arrependimento, a condenação iminente, a derrubada da casa reinante de Jeú, a ameaça assíria, a necessidade de Israel abandonar a idolatria e, finalmente, o amor de Deus, este ilustrado por sua própria tragédia doméstica. Mui tolamente, Israel demonstrava confiança na Assíria, o gigante do norte, como se fosse um protetor de Israel. Mas Oséias deixou claramente previsto que a Assíria, longe de ser o salvador de Israel, acabaria por ser seu destruidor. Ver Osé. 5:13; 7:11;8:9; 12:1 e14:3. Oséias condenava o emprego da política como remédio para os problemas espirituais da nação. As alianças com potências estrangeiras sós serviam para aumentar ainda mais os problemas de Israel. Contudo, uma arrependida e piedosa nação de Israel seria protegida por Deus. Infelizmente, as esperanças de Oséias não se concretizaram !... " (R.N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.4, p.636-7).
"...Poder-se-ia mesmo dizer que o livro de Oséias é uma 'história de amor que não terminou bem.' Porém, nessa tragédia doméstica, ele se encontrou com Deus...O grande sofrimento de Oséias nos proporcionou esse maravilhoso poema do amor de Deus por Israel..."
(J.D. DOUGLAS(org). O Novo Dicionário da Bíblia, edição em um volume, p.1157).

ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA OSÉIAS (apud J.D. DOUGLAS (org.). O Novo Dicionário da Bíblia, edição em um só volume, p.1157):
a) O casamento do profeta retrata as relações de Israel com seu Deus (1:1-3:5)
b) Oséias denuncia a corrupção, o orgulho e a idolatria de Israel (4:1-8:14)
c) A certeza do julgamento (9:1-10:15)
d) Parêntesis. O triunfo do amor e da misericórdia de Deus (11:1-11)
e) A infidelidade e a rebelião de Israel resultarão em julgamento e destruição(11:12-13:16)
f) A misericórdia de Deus para com um povo arrependido (14:1-9)


INTRODUÇÃO
- O ministério do profeta Oséias se desenvolveu em meio a um ambiente social totalmente hostil, marcado pela corrupção, pela idolatria e pela violência. Esta é a mesma situação da Igreja nos dias atuais, marcados pelo mesmo estado de coisas, talvez até potencializado pelo desenvolvimento tecnológico de nossos tempos.

OBS: "...Se a Torah - os cinco Livros de Moisés - pode ser tida como o símbolo do intelecto da religião judaica, então as obras dos Profetas podem ser consideradas seu coração. Não se encontram, em todas as literaturas sagradas da Humanidade, documentos em que melhor se expressem tão elevados sentimentos e aspiraçòes a uma sociedade liberta da guerra, da fome e da opressão....Os autores dos documentos Proféticos foram, de certa maneira, desbravadores do espírito; abriram caminhos de luz na escuridão da selva social da Antiguidade...Não pode haver genuína compreensão dos Profetas sem um exame prévio, por mais limitado que seja, dos problemas sociais, políticos, econômicos e religiosos com que se defrontava a sociedade israelita da época...Os profetas canônicos colocavam-se em oposição desafiadora aos governantes e aos membros corruptos do governo, bem como aos seus dóceis instrumentos que eram os sacerdotes e os profetas oficiais. Acreditavam ter recebido o mandato profético diretamente de Deus. Lançavam o monoteísmo ético de Moisés contra o idólatra e formalístico culto do Templo..." (JUDAICA, v.5, p.88-93)

- A pregação da Palavra de Deus envolve um conteúdo de denúncia contra o pecado, de contrariedade ao mundo que jaz no maligno -Jo.15:18-25; Ef.2:1-3: I Co.1:18-31.

OBS: "...A verdadeira voz profética é denunciativa. A igreja precisa aceitar sua responsabilidade de ensinar a verdade da Palavra de Deus em todas as circunstâncias. Todos os seguidores fiéis de Jesus precisam da mesma convicção que Paulo encorajou em Timóteo, quando escreveu "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina"( 2 Timóteo 4:2). A igreja que evita alguns aspectos da palavra de Deus porque poderiam ser impopulares ou difíceis das pessoas aceitarem não está cumprindo sua missão..." (Revista Escola Bíblica Dominical. Editora Betel. Lição 11 - A verdadeira voz profética da Igreja. 1º trimestre de 2002. www.beteldominical.com.br/Revista%20NE/lição%2011.htm).

I. A VISÃO PANORÂMICA DA HISTÓRIA DE ISRAEL

- A História de Israel se divide, basicamente, em quatro períodos, a saber:

a) Período patriarcal - Período da formação do povo de Israel, novo nome dado a Jacó, que herdara a promessa de Abraão e de Isaque. Após a subida de José ao cargo de governador do Egito, Israel e sua família, então composta de 70 almas (cfr.Ex.1:1-5), foi para o Egito, onde se multiplicou grandemente. Tendo sido escravizados, foram ali libertos por Deus através de Moisés(cfr.Ex.3:10), que lhes concedeu a lei (cfr. Jo.1:17), tendo sido sucedido por Josué(cfr.Js.1:1-9).

b) Período teocrático - Após a morte de Josué, não foi estabelecida qualquer liderança nacional em Israel, guiando-se cada tribo por si mesma, tendo apenas uma identidade religiosa. Quando, porém, havia o aparecimento de uma situação de submissão a algum povo estrangeiro, Deus levantava um libertador, denominado de "juiz", que afirmava sua liderança até sua morte (cfr.Jz.2:7-23).

c) Reino Unido -O governo dos juízes (na verdade, o governo direto de Deus sobre Israel, denominado de "teocracia") se extinguiu com Samuel, o último juiz. A pedido do povo, Samuel instituiu a monarquia, ungindo Saul rei de Israel(cfr. I Sm.10). Começa o período do Reino Unido, em que as doze tribos foram governados por um só rei. Foram reis sobre as doze tribos de Israel: Saul, Davi e Salomão (após a morte de Saul, houve, durante algum tempo, dois reis: Davi, que reinava apenas sobre a tribo de Judá e Isbosete, filho de Saul, sobre as demais tribos).

d) Reinos Divididos - Após a morte de Salomão, diante da inabilidade de Roboão, o reino de Israel sedividiu(I Rs.12): dez tribos seguiram a Jeroboão I, formando o reino do norte, que se chamou Israel, enquanto que as tribos de Judá e Benjamim se mantiveram fiéis a Roboão e à dinastia de Davi, formando o reino do sul, que se chamou Judá. Jeroboão I, com receio de que as dez tribos retornassem ao domínio da dinastia de Davi por causa da religião, instituiu dois bezerros de ouro, em Betel e em Dã, para que as dez tribos não fossem adorar em Jerusalém, capital do reino de Judá. Por causa disto, a tribo de Levi se voltou para o reino do sul, passando a se submeter à dinastia de Davi(II Cr.11:13-16).


e) O Reino do Norte - O reino do norte, Israel, nunca teve estabilidade política, tendo havido uma sucessão de reis, todos mantendo a idolatria e o culto dos bezerros de ouro, chamado pela Bíblia de "pecado de Jeroboão, filho de Nebate". Eis as dinastias do reino do norte:
Dinastia de Jeroboão - reis: Jeroboão I, Nadabe.
Dinastia de Baasa - reis: Baasa, Elá
Dinastia de Zinri*: Zinri
Dinastia de Onri- reis: Onri, Acabe, Acazias, Jorão.
Dinastia de Jeú - reis: Jeú, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II, Zacarias
Dinastia de Salum**: Salum
Dinastia de Menaém - reis: Menaém, Pecaías
Dinastia de Peca: Peca
Dinastia de Oséias: Oséias***, quando o reino foi destruído pelos assírios.

* - servo de Elá que o matou e reinou apenas sete dias.
**- servo de Zacarias que o matou e reinou apenas um mês
*** - não confundir este rei com o profeta cujo livro estamos estudando

f) O Reino do Sul - O reino do sul, Judá, esteve sempre nas mãos da dinastia de Davi, como parte até da promessa messiânica dada por Deus a Davi (cfr. II Sm.7:16), salvo um curto período em que o reino foi exercido por Atalia, filha de Acabe, que se casara com Jorão, que havia matado todos os descendentes de Davi, com exceção de Joás, que fora poupado e acabou sendo entronizado numa conspiração contra a usurpadora(cfr. II Rs.11).
Reis de Judá: Roboão, Abião, Asa, Jeosafá, Jeorão, Atalia, Joás, Amazias, Azarias(ou Uzias), Jotão, Acaz, Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeoacaz, Jeioaquim, Joaquim, Zedequias, quando o povo foi levado cativo para a Babilônia. Ainda governou sobre a parte que ficou na terra de Judá, Gedalias, que foi morto, tendo havido a emigração do remanescente para o Egito.

- Como se percebe, o profeta Oséias profetizou precisamente nos momentos de angústia do reino do Norte, quando havia uma desordem política e religiosa que acabou levando Israel a titubear entre as duas potências da época, Egito e Assíria, acabando por ser destruído pelos assírios. Motivo da destruição ? O abandono do culto ao verdadeiro Deus.

OBS: "...Oséias descreve as condições sociais características de seu tempo: líderes corruptos, vida familiar instável, imoralidade generalizada, ódio entre classes e pobreza. Embora as pessoas continuassem uma forma de adoração, a idolatria era mais e mais aceita, e os sacerdotes estavam falhando na tarefa de guiar o povo nos caminhos da justiça. Apesar das trevas desse tempo, Oséias oferece esperança para inspirar seu povo a voltar-se novamente para Deus..." (Bíblia de Estudo Plenitude, p.852)

- A história de Israel nos mostra, claramente, que a prosperidade do povo de Deus não vem da geopolítica, das relações internacionais, nem da pujança econômica, mas tão somente da vida espiritual do povo. Quando o povo se encontrava em comunhão com Deus, havia momentos de glória e de progresso. Quando, pelo contrário, não se tinha fidelidade ao Senhor, o país sofria uma derrocada em todos os sentidos: moral, econômico, político, social.

II. O CATIVEIRO

- Por causa da idolatria, o reino do Norte foi levado cativo (cfr. IIRs.17:7-23), mas o cativeiro lhes trouxe a destruição, pois foram substituídos por um povo que se misturou com as práticas idolátricas, gerando um novo povo, os samaritanos (cfr. II Rs.17:24-41), que passariam a ser inimigos dos judeus (cfr.Jo.4:9).

- Já o reino do Sul foi levado cativo (cfr. IICr.36:14-21), mas, no cativeiro, manteve sua identidade e Deus acabou lhe restaurando, inclusive curando-o da idolatria. Dali por diante, nunca mais os judeus seriam idólatras(II Cr.36:22,23; Ed.3;Ne.9)

- O cativeiro, então, para os judeus, serviu de remédio para a idolatria; já para as dez tribos do norte, foram a causa de sua destruição. Qual o motivo ? A separação mantida pelos judeus (as tribos do sul) fez com que houvesse a preservação da nação, enquanto que a mistura com os demais povos, por parte das tribos do norte, importou em destruição. Não é sem motivo, portanto, que se disse que "sem a santificação, ninguém verá oSenhor"(Hb.12:14). Por isso, bem consideremos a advertência seríssima de Ap.22:11 !

OBS: Este texto referente aos judeus deve ser também aplicável à Igreja, o Israel de Deus (cfr.Gl.6:16) : "...Em meio às múltiplas razões que poderiam explicar a ojeriza de muitos não-judeus pelos judeus, há uma especial que não deve ser subestimada: a xenofobia. A palavra, conforme é usada pela psiquiatria, denota um medo irracional de estranhos. A explicação para esse temor não é difícil de ser encontrada. Falando historicamente, nenhum grupo religioso se apresenta tão estranho ou perturbadoramente diferente quanto os judeus aos olhos das pessoas simplórias, mal informadas e eivadas de preconceitos. O fato histórico é que, embora vivessem com uma minoria pequena, perseguida, no seio dos outros povos durante a sua longa dispersão (que se iniciou em 70 E.C.), os judeus levavam, mais ou menos, uma existência separatista...Sua posição específica - de grupo não conformista que ficava à margem da estrutura geral, social e cultural - apunha-lhes, naturalmente, a marca de um povo 'esquisito', 'rejeitador', e 'soberbo' e, concomitantemente, provocada muitas vezes em seus inimigos a conclusão de que também eram 'estrangeiros' e 'inassimiláveis'...A nova conceituação tornava claro que a religião judaica se havia originado numa sociedade considerada teocrática ou governada por Deus, onde cada aspecto da existência humana - econômico, social, intelectual, físico ou espiritual - estava estritamente subordinado aos mandamentos, às leis, aos regulamentos e às tradições da Torah. Os devotos judeus eram, talvez, diferentes de outros tipos de devotos na medida e intensidade de sua identidade religiosa de grupo: essa identidade era dupla, simultaneamente de religião e de povo - concepções complementares baseadas na aliança absoluta que a Bíblia dizia haver sido estabelecida entre Deus e Israel, no monte Sinai, na Era de Moisés. Naquela ocasião, ao aceitar a Torah, os judeus haviam-se dedicado solenemente a servir seu Deus como 'uma nação de sacerdotes' para todo o sempre. Assim - para melhor preservar a identidade religiosa, a coesão de grupo, e a 'pureza' quase sacerdotal - os judeus mantinham-se separados..." (JUDAICA, v.6, Separatismo judeu, p.762-3).

III. O PAPEL DOS PROFETAS

- Erroneamente, confunde-se a figura do "profeta" com a do que conhece o futuro. Embora o profeta possa dizer o futuro, o fato é que a palavra significa "porta-voz". É por isso que o profeta é, antes de tudo, um mensageiro, aquele que traz a mensagem de Deus.

OBS: " ...Pela sua coragem de questionar a situação presente e vislumbrar um futuro diferente para o seu povo, os profetas sempre exerceram atração fascinante. Muitos chegam a confundir profeta com adivinhador do futuro. Outros chegam a pensar que eles ensinavam coisas absolutamente novas. O verdadeiro profeta, no entanto, é aquele que preserva a tradição autêntica do seu povo, perdida ou deformada em meio a tantas 'tradições' criadas para defender interesses, legitimar poderes e sustentar sistemas. O núcleo central da tradição autêntica é a fé exodal, ou seja, o reencontro com o verdadeiro Deus revelado a Moisés...Portanto, profeta é aquele que se inspira na ação libertadora do Deus do êxodo e, a parti daí, analisa a situação presente e mostra o projeto de Deus para o futuro do seu povo..."( Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, p.946).

- O primeiro profeta nacional de Israel foi Moisés, que foi o portador da vontade divina, especialmente ao transmitir a lei. Ele é o profeta modelo (cfr.Dt.18:15; 34:10-12).

OBS: "...A primeira pessoa a quem a Bíblia chama de profeta...foi Abraão(Gn.20:7; Sl.105:9-15), mas a profecia do Antigo Testamento recebeu sua forma normativa na vida e na pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos os profetas futuros...Cada característica que caracteriza o verdadeiro profeta de Yahweh, na tradição clássica da profecia vetero-testamentária, foi pela primeira vez encontrada em Moisés. Ele recebeu uma chamada específica e pessoal da parte de Deus...O objetivo e o efeito primário da chamada era uma introdução à presença de Deus...O profeta aparecida perante os homens na qualidade de um homem que se apresentara perante Deus ( I Rs.17:1; 18:15)...a consciência profética da história teve origem em Moisés...A história se tornou numa revelação porque havia, em adição à situação histórica, um homem preparado de antemão para afirmar o que essa situação significava...Semelhantemente, deviam a ele (Moisés, observação nossa) sua preocupação ética e social...Muitos dos profetas forma encontrados a confrontar seus reis e a desempenhar um papel ativo, próprio de estadista, nos negócios nacionais...Também encontramos em Moisés aquela combinação de proclamação e predição que pode ser percebida em todos os profetas...duas outras características, próprias dos profetas que sucederam a Moisés se encontraram nele também. Muitos dos profetas usaram símbolos na entrega de sua mensagem...E, finalmente, o aspecto intercessório da tarefa profética também foi exibido por ele (Moisés, observação nossa)..."(J.D. DOUGLAS (org.). O Novo Dicionário da Bíblia, edição em um só volume, p.1318).

- O último profeta da dispensação da lei foi João Batista (Lc.16:16). A partir de então, o próprio Deus Se revelou através de Jesus, que é profeta (cfr.Jo.4:19; Lc.7:16;24:19).

OBS: "...As profecias no Velho Testamento revelaram, com muitos séculos de antecedência, que Jesus, o Redentor prometido, seria o Ungido de Deus,Sl.2.2, 45.7,89.20; Is.61.1; Dn.9.25,26 e que ele ocuparia os ministérios de profeta,Dt.18.15, de sacerdote... e de Rei....Jesus chamou-se a si mesmo 'Profeta',Mt.13.57, 23.37;Lc.13.33. Muitos outros também o chamaram assim,Mt.21.11; Mc.6.15;8.28; Lc.7.16;24.19; Jo.4.19;9.17. Como profeta, Jesus transmitiu ao povo a mensagem de Deus....E o exercício do ministério profético de Jesus refere-se principalmente ao período que vai do começo de Seu ministério público até o Gólgota. Entretanto, ainda no céu, Ele continua como profeta, porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia,Ap.19.10. Ele continua falando por meio da Sua igreja, que é o Seu corpo,Ef.1.22,23, e através dos dons do Espírito Santo, 1 Co.12.7-11, e dos ministérios dados por Ele, Ef.4.11,12 e pela Sua santa Palavra...."( Eurico BÉRGSTEN. Teologia sistemática: bibliologia, doutrina de Deus e doutrina de Cristo, p.74-6).

- Atualmente, o ministério profético é exercido pela Igreja, que é o corpo de Cristo, que nada mais é que a exposição da Palavra de Deus, que tudo discerne, até o mais profundo do homem (cfr.Hb.4:12,13).

- Não confundamos o ministério profético da Igreja (cfr. Ef.4:11), com o dom espiritual de profecia (cfr. I Co.14:1-25), que é uma expressão direta do poder de Deus para edificação, consolação e exortação para a igreja.


- A Igreja tem um encargo profético, pois a ela cabe anunciar o Evangelho, a ela cabe dar conhecimento da vontade de Deus aos homens, que outra não é senão que seja toda a humanidade salva e que chegue ao pleno conhecimento da verdade (cfr. I Tm.2:4).

- Nesta circunstância, a Igreja não se encontra num ambiente diferente do vivido por Oséias, porque também há uma instabilidade política e religiosa no mundo, que se prepara para servir ao filho da perdição, ao Anticristo, cujo espírito já está operando entre nós -Mt.24:4-14; ITm.4:1-5; II Tm.3:1-9; IJo.2:15-29.